Negócio que saiu do lixo: gestão de resíduos em condomínios virou lucro; saiba como

Trashin conseguiu resolver o problema da gestão do lixo nos condomínios e garantiu negócio lucrativo e escalável

  • Foto do(a) author(a) Carmen Vasconcelos
  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 27 de abril de 2022 às 21:45

. Crédito: Divulgação

Em 2012, a agência de marketing digital de Sérgio Finger (@serginhofinger) participou de um desafio internacional, que unia o comércio digital e a gestão de resíduos sólidos, que sempre foi um desafio mundial. O projeto ficou engavetado até 2018, quando surgiu a Trashin (trashin.com.br): uma startup que começou a trabalhar com o lixo em condomínios residenciais, na cidade de Cachoeirinha, na zona metropolitana de Porto Alegre (Rio Grande do Sul). 

Em apenas quatro meses de atuação, Sérgio e os sócios conseguiram coletar mais resíduos sólidos que a própria prefeitura local e sensibilizaram a população para a importância do trabalho de não apenas coletar, mas encontrar a destinação adequada para o lixo produzido nas residências. Inicialmente, os lucros vinham da venda para reciclagem. O trabalho como estava, no entanto, impactava nas cooperativas de recicladores, que precisavam dividir com eles a receita da transformação. A experiência dessa empresa que saiu de um faturamento de R$2 mil por mês para milhões foi o tema do programa ao vivo Empregos e Soluções dessa quarta-feira, 27, na página do Instagram, do jornal Correio. Sérgio Finger abordou os desafios de uma startup que atua com a chamada gestão em 360º dos resíduos sólidos em metade do País (Foto: Reprodução/Intagram) Durante a conversa com a consultora e especialista em pequenos negócios Flávia Paixão, Sérgio fez questão de abordar, com muita leveza, os inúmeros desafios enfrentados no seu caminho de empreendedor, desde  o período em que manteve a agência até a gestão da startup. O negócio novo, na verdade, permitiu que ele ampliasse sua compreensão como administrador de empresas e percebesse a importância de contar com o suporte especializado, por meio de uma incubadora gerida pelo  instituto federal local.

Sustentabilidade

"Dirigi a Towner da coleta por oito meses. Saía de casa às 6h e voltava às 20h, fedendo a lixo. Visitamos muitos condomínios, conversamos com síndicos, estivemos em cooperativas para compreender melhor o negócio", relembrou. Vale salientar que, após três anos de atuação, o esforço foi recompensado e a empresa está em metade dos estados brasileiros,beneficiando mais de mil famílias. O desempenho garantiu destaque entre as TOP10 Cleantechs pelo Ranking da 100 Open Startups 2021, constando na lista das 100 Startups to Watch 2021 e eleita a startup mais inovadora de 2021 pelo Amcham Arena.

Enquanto ampliava os detalhes sobre a trajetória de empreendedor, Finger reforçou o propósito da startup e enfatizou que não ganhava dinheiro com o lixo, mas com a sustentabilidade e que isso se transformou num objetivo maior para ele e seus sócios. "Quando o negócio vira um propósito ninguém segura o empreendedor, mesmo que essa concepção não seja imediata e que chegue com o negócio operando", ensinou. 

Sem se poupar dos detalhes, o CEO da Trashin lembrou que  até conseguir encontrar uma forma de monetizar o negócio que não fosse pela reciclagem, precisou pivotar, ou seja, mudar os caminhos do empreendimento diversas vezes. "O empreendedor precisa se apaixonar pelo problema e não pela solução encontrada por ele, porque essa resposta pode não atender aos clientes, pode não dá lucro ou ser difícil de escalar, então é preciso no processo como um todo", completou.

Finger lembrou que os empreendedores não podem ter medo de modificar o rumos dos negócios quantas vezes se fizerem necessárias para obterem o objetivo desejado (Foto: Reprodução/Instagram) Sérgio Finger mostrou ainda como a empresa conseguiu utilizar a tecnologia para dar escala, segurança e confiabilidade à destinação e valorização dos resíduos sólidos. Como gestor de um negócio, destacou o papel que os erros cometidos tiveram na hora de ajustar os produtos e serviços, mas lembrou que, com ajuda certa, é possível acertar mais, minimizando os impactos negativos para os negócios e oferecendo soluções verdadeiramente adequadas para os clientes. "Pegamos na mão dos clientes e mostramos que, ser sustentável significa diminuir os custos, realizar uma produção limpa e fazer o que é certo. Sabemos que essa não é uma cultura que se aplica de uma hora para outra, mas estamos obtendo bons resultados", finalizou.  

Se você quiser saber mais desse bate-papo, é só acessar a página do Correio no Instagram e assistir ao programa, que ficará gravado e disponível. Vale salientar que conteúdos como esses são exibidos todas as quartas-feiras,às 18 horas, sempre com histórias novas e inspiradoras sobre empreendedorismo.