Neste São João, varejo tem movimento abaixo do esperado

Segundo o presidente do Sindilojas, Paulo Motta, as expectativas foram maiores que a realidade

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  • Gil Santos

Publicado em 21 de junho de 2018 às 05:30

- Atualizado há um ano

Apesar da animação de algumas pessoas com a aproximação do São João, o setor varejista está amargando um baixo crescimento nas vendas este ano. Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta, as expectativas foram maiores que a realidade.

“Estávamos esperando crescimento de 4% a 5% nas vendas, mas o que foi registrado até o momento foi um aumento de 1%, do Dia dos Namorados até agora. Esse percentual é menor que o do ano passado, quando registramos 3% de crescimento”, disse.

Ele contou que o setor de alimentos foi um dos mais impactados pela crise, impulsionada pela greve dos caminhoneiros. Os trabalhadores paralisaram os insumos nas estradas por dez dias no início de junho, o que provocou a alta nos preços de alguns produtos. O setor de alimentos foi um dos mais impactados pela crise (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Motta acredita que a instabilidade política e alta no valor do dólar está deixando o consumidor retraído. Donos de bares e restaurante estão registrando movimento abaixo do normal, com poucas reuniões de confraternização ou reserva para assistir aos jogos da Copa do Mundo, por exemplo.  

Bares e restaurantes O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Bahia (Abrasel-BA), Luiz Henrique do Amaral, contou que o setor é dividido dois grandes grupos nessa época e que ambos estão com movimento abaixo do esperado.

“O setor de entretenimento e lazer, que atende aos clientes que assistem aos jogos ou fazem confraternizações, esperava crescimento de 15% a 20%, mas está conseguindo algo em torno de 10%. Já o setor de negócios, aquele que atende almoços e reuniões, registrou queda de 10% no movimento”, disse.

Ele contou que o mês de junho é, tradicionalmente, fraco para os dois setores por conta da evasão que acontece em Salvador nessa época e porque a cidade está em baixa estação, mas esse ano dois fatores alteraram os planos: a Copa do Mundo e a greve dos caminhoneiros.

O campeonato mundial fez os empresários apostarem em um mês de junho mais lucrativo do que o normal, mas depois da alta nos preços dos insumos provocados pela greve dos caminhoneiros as vendas caíram. Luiz Henrique contou que durante os dez dias de paralisação os prejuízos alcançaram 60% em alguns estabelecimentos.

Solução Tanto o presidente do Sindiloja como Luiz Henrique acreditam que a solução para o problema pode estar do outro lado do planeta. Segundo eles, o desempenho da seleção brasileira na Copa pode ajudar a amenizar as perdas do varejo e do setor de bares e restaurante.

“Quando a seleção vai bem o consumidor fica mais animado e vai às compras, o que impacta principalmente nos setores de vestimenta, adereços e decoração”, contou Mota.

Já os donos de bares e restaurantes estão aguardando que os clientes se reúnam para acompanhar as partidas, para assim conseguir equilibrar as contas. Enquanto isso não acontece, o jeito é torcer para os meninos de Tite terem um bom desempenho em campo, porque enquanto eles erguem a taça na Rússia as vendas sobem do outro lado do oceano pacífico.