Nicette Bruno morre no Rio, vítima de Covid-19

Atriz estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Rio de Janeiro

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  • Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2020 às 13:37

- Atualizado há um ano

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A atriz Nicette Bruno morreu na manhã deste domingo (20), aos 87 anos, segundo o G1. Internada com Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio, Nicette estava em estado considerado grave.

De acordo com o boletim médico divulgado neste sábado (20), a atriz estava sedada e dependente de ventilação mecânica. A informação da morte foi confirmada pelo hospital por votla das 13h20.

A atriz Beth Goulart, filha de Nicette, fez uma corrente de oração nas redes sociais para a recuperação da mãe, na última semana. Na publicação, Beth deixou um recado para seus seguidores e afirmou que “a fé nos fortalece".

“Vamos orar pela melhora dela, pela cura dela. E, neste momento, aproveite para orar para você também e sua família. Para que você encontre as soluções necessárias para qualquer obstáculo e situação difícil que está vivendo. A fé nos fortalece em qualquer situação”, diz Beth em vídeo.

Nicette Bruno teve sua internação por covid-19 divulgada no dia 29 de novembro. No sábado (5), apresentou piora na função renal e passou a fazer hemodiálise. Seu quadro respiratório também havia tido uma "discreta melhora", o que não se repetiu nos dias seguintes.

A morte da atriz chegou a ser desmentida por filho, o ator Paulo Goulart Filho, na última quinta-feira (17). Na ocasião, Paulo disse: "Eu venho aqui esclarecer uma fake news dizendo que a minha mãe havia falecido. Não é verdade, é mentira, graças a Deus", afirmou em vídeo que publicou no Instagram.

O também ator disse que Nicette Bruno permanecia internada "em estado grave, mas está lá lutando, respondendo bem ao tratamento. Continuamos com fé. Ela está firme e forte e, se Deus quiser, vai sair dessa". "Infelizmente as pessoas se aproveitam desse estado delicado da família. Vamos continuar com nossa fé e esperança. Então, cuidado, não acredite em tudo o que as pessoas falam", disse, na época.

Famosos lamentam Nas redes sociais, famosos lamentaram a perda. O apresentador Serginho Groisman elogiou Nicette, "uma atriz maravilhosa que sempre lutou pelo teatro", em seu perfil no Instagram. "Quem conheceu sabe de sua gentileza, força e talento. Meus sentimentos à sua linda família. Fica em paz", lamentou Serginho.

O diretor de novelas Walcyr Carrasco destacou que Nicette "fez história na televisão brasileira"e "era amada por todos". "A nossa querida Nicette Bruno nos deixou hoje. Mais uma vítima da covid. [...] Nicette era amada por todos, um coração de ouro. Tive o privilégio de trabalhar com ela. Aos familiares, amigos e fãs, deixo meu apoio e o meu carinho. Descanse em paz!", desejou.

Em um depoimento afetivo, o ator Lúcio Mauro Filho desejou "que as cortinas do veludo mais brilhante se abram, para receber a diva Nicette Bruno no palco da eternidade!". "Um exemplo de artista, de mulher, matriarca, que deixa seu legado vivo em nossa memória e também nos seus talentosos filhos, netos, toda a família. [...] Agora o descanso dessa guerreira vem acompanhado do amor de todo um país, que sempre a admirou e amou", elogiou. 

Trajetória Nicette Bruno nasceu em Niterói, no Estado do Rio, filha única de Sinésio Campos Xavier e da atriz Eleonor Bruno, em 1933. Seguir a carreira artística foi quase uma imposição familiar. Estudou balé, piano. Aos 11 anos, entrou para o grupo de teatro da Associação Cristã de Moços, depois foi para o Teatro do Estudante do lendário Paschoal Carlos Magno.

Aos 14 anos, já era profissional na Cia. de Dulcina de Morais. Estreou numa montagem de Romeu e Julieta, o clássico de Shakespeare. Em 1947, foi premiada por sua atuação na peça A Filha de Iório, de Gabriel D'Annunzio. Seguiram-se participações em montagens de Nelson Rodrigues (Anjo Negro) e Oscar Wilde (O Fantasma de Canterville).

Aos 17 anos, fundou em São Paulo o Teatro de Alumínio. Novo sucesso como Antônia em Pedro Mico, de Antonio Callado. A primeira novela foi Os Fantoches, de Ivani Ribeiro, em 1967. No cinemas, atuou em Querida Susana, de Alberto Pieralisi, Canto da Saudade, de Alberto Cavalcanti, e A Guerra dos Rocha, de José Fernando.

Em 2001, distante da TV, voltou como a Dona Benta na segunda versão de O Sítio do Pica-pau Amarelo. Foram quatro anos consecutivos no ar. E voltou às novelas – Alma Gêmea, O Profeta, Tititi, Salve Jorge, Joia Rara, I Love Paraisópolis, Éramos Seis.

O teatro permaneceu em sua vida – Perdas e Ganhos, O Que Terá Acontecido a Baby Jane? O monólogo de Lya Luft foi dirigido por Beth Goulart, uma dos três filhos que Nicette teve com Paulo Goulart. Todos – Barbara Bruno, Paulo Goulart Filho e Beth – seguiram a carreira artística, uma tradição da família.