No desfile dos 70 anos do Gandhy, Gil solta pomba da paz

O tema do desfile é “Êla Tempo”, respeitando a anscestralidade da instituição

Publicado em 4 de março de 2019 às 19:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Alfredo Filho/Secom e Inácio Teixeira/Secom

Gilberto Gil participou nesta segunda-feira (4) do desfile do afoxé Filhos de Ghandy no circuito Barra-Ondina. O bloco completa neste ano 70 anos. e a fantasia deste ano tem tons dourados para celebrar o Badauê, em homenagem ao capoeirista Moa do Katendê, morto em 2018, seguindo ideia do carnavalesco Alberto Pitta. 

Depois, o cantor desceu para participar do desfile ao lado do neto, Francisco, filho de Preta Gil. "Segunda-feira é dia de ver o @gandhyoficial passar no circuito Barra-Ondina. Ajayô! #EquipeGil", postou ele mais cedo.

O tema do desfile é “Êla Tempo”, respeitando a anscestralidade da instituição. O atual presidente do Gandhy, Gilsoney de Oliveira, diz que sua prioridade é a qualidade dos integrantes do bloco.“Buscamos associados que prezem pelas tradições e costumes, que combatam qualquer tipo de assédio ou desrespeito. Somos uma nação ecumênica, recebemos participantes de todas as religiões”, diz.O Gandhy é o bloco mais antigo de Salvador ainda em atividade. Foi fundado em 18 de fevereiro de 1949, uma sexta, com pouco mais de 30 homens, estivadores do porto de Salvador. Eles resolveram ir às ruas com tranças de cebola na cabeça, tamanos nos pés e lençóis brancos como roupa. O nome foi uma homenagem ao líder indiano Mahatma Gandhi, morto no ano anterior.

Mesmo na crise do pós-guerra, o grupo conseguiu seguir adiante. Do início na casa do estivador Aurélio, em Coutos, teve uma longa caminhada até a sede própria, que fica no Pelourinho e foi doada em 1992 pelo então governador Antonio Carlos Magalhães.

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A classificação de bloco para afoxé aconteceu na década de 1950. A partir daí, foram incorporados lanceiros e fuzileiros nos destaques. Em 1974 e 1975, a entidade teve problemas administrativos e não saiu no Carnaval, após 25 anos seguidos.

Sob comando do novo presidente, Camafeu de Oxóssi, e com ajuda de um Livro de Ouro para arrecadar fundos, o afoxé voltou a sair. Também houve ajuda de personalidades baianas, como os próprios Gil e ACM, além de Jorge Amado.

O Centro Cultural Gandhy foi então criado, em 1999, para atender a crianças e adolescentes da comunidade do Centro Histórico. O espaço desenvolve trabalho social e oferece atividades culturais, de esporte e lazer.