No Twitter, Temer diz que ajudará o Rio Grande do Norte após chacina que deixou 26 mortos

O presidente da Comissão dos Advogados Criminalistas da OAB do RN, Gabriel Bulhões, acusou o governo de omissão

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  • Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 07:46

- Atualizado há um ano

O presidente Michel Temer se manifestou  no Twitter, na manhã de ontem, e disse que acompanhava a situação da rebelião na Penitenciária Estadual do Alcaçuz, na Região Metropolitana de Natal, desde o dia anterior e que determinou ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que preste o auxílio necessário ao governo do Rio Grande do Norte. Quando houve o massacre em Manaus, o presidente foi criticado por ter se manifestado apenas quatro dias depois.

Em nota, Moraes informou que, a pedido do governador, autorizou “que parte dos R$ 13 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), liberados no dia 29 de dezembro de 2016 para modernização e aquisição de equipamentos, seja utilizada em construções que reforcem a segurança no presídio”. O presidente da Comissão dos Advogados Criminalistas da OAB do RN, Gabriel Bulhões, acusou o governo de omissão. “É uma tragédia anunciada”. Homem é carregado por detentos  na Penitenciária Federal de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal(Foto: Josemar Gonçalves/Estadão Conteúdo)Jornais estrangeiros apontam violênciaA rebelião que deixou ao menos 26 mortos na Penitenciária Estadual de Alcaçuz repercutiu nos principais jornais estrangeiros, que deram destaque aos requintes de violência e à superlotação dos presídios.

As decapitações e mutilações foram destacadas pelo The New York Times, que afirmou que este tipo de violência é comum nas penitenciárias brasileiras. O diário norte-americano também ressaltou que 40% dos presos no Brasil ainda aguardam sentença da Justiça e que na Penitenciária de Alcaçuz há cerca de 1,1 mil detentos, quando a capacidade é para 620. 

O britânico The Guardian afirmou também que a rebelião no Rio Grande Norte alimenta a crise do sistema penitenciário brasileiro, que teve início em Manaus, na primeira semana de 2017, e já soma cerca de 140 mortes.