Noite de celebração à música preta brasileira 

Segunda edição do Encontros Tropicais reúne Iza, Orkestra Rumpilezz e convidados no Museu du Ritmo

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  • Ana Pereira

Publicado em 21 de novembro de 2020 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos de divulgação

 O espaço cheio de memórias que abriga o Museu du Ritmo, no Comércio, será o palco para um encontro que já ganha ares de histórico. Neste sábado (21), várias gerações da música afro-brasileira se encontram num show inédito, que marca a segunda edição do projeto Encontros Tropicais.

Tendo como anfitriões a cantora Iza e o maestro Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz, o evento promove encontros com Carlinhos Brown, Margareth Menezes, Larissa Luz, BNegão, Mateus Aleluia, ChicoCorrea, João Milet Meirelles e Lazzo Matumbi.

Se no ano passado o Brasil invejou Salvador por não poder e acompanhar o encontro entre Gilberto Gil e BaianaSystem, na primeira edição do Tropicais, desta vez todos estão convidados. O show, que não terá plateia, será transmitido no canal do YouTube de Devassa https://www.youtube.com/channel e no Canal Multishow, a partir das 20h. Esta foi uma das adaptações impostas pela pandemia, como explica Elísio Lopes Jr., que assina roteiro e direção artística da noite.

“Ano passado foi um show para uma multidão e agora é um experimento”, compara Elisio, que atualmente é dos roteirista da Globo. Com isso, um dos desafios foi pensar um espetáculo para quem está em casa, “usando o museu de forma cênica”. Quatro palcos foram montados no quadrilátero e entre eles foram criados labirintos de leds, por onde os artistas vão transitar e várias coisas vão acontecer simultaneamente. 

Iza, a Rumpilezz e todos os convidados fazem solos e também diferentes duetos. Por exemplo, será a primeira vez que Larissa Luz e Margareth Menezes cantam Elegibô, música de Rey Zulu e Ythamar Tropicália, da fase áurea do  Ara Ketu (grupo já comando por Larissa) e muito marcante na carreira de Margareth.  "Eu que me sinto convidada, pois todos estes artistas vieram antes de mim. Só consigo  admirar e babar. Estar aqui é um presente e uma celebração", diz Iza. Elísio explica que o espetáculo presta uma homenagem à ancestralidade da música brasileira. Parte do ex-Tincoãs Matheus Aleluia, nome fundamental na ressignificação da música negra nos anos 70, e vem até Iza, a mais nova do grupo. A noite começará com um clima orquestral até chegar nas sonoridades mais pop.        Com curadoria musical de Coy Freitas, também responsável pela curadoria da Plataforma de Música de Devassa, o show revelará arranjos musicais criados pela Rumpilezz, que pela primeira vez incorporará beats eletrônicos ao já tradicional som de percussão e sopros, em parceria com os DJs ChicoCorrea e João Milet Meirelles. Neste sábado, 20 h, no Youtube.com/Devassa e Multishow. O evento vai arrecadas doações para as instituições Backstage Invisível e Invisível Essencial.

Representatividade no audiovisual Lázaro Ramos entrevista Lewis Hamilton (Foto: Canal Brasil/divulgação)

 O Fantástico exibe neste domingo (22) um trecho da entrevista que o ator Lázaro Ramos realizou com o piloto britânico Lewis Hamilton para o programa Espelho, do Canal Brasil. No último domingo, Hamilton ganhou mais um título mundial, o sétimo de sua carreira, e contou ao brasileiro  sobre como é ser o primeiro piloto negro na história da Fórmula 1. Ele também falou da relação com seu pai, o preço que paga por se posicionar sobre racismo e violência, sua relação com o Brasil e com o ídolo Ayrton Senna. A Espelho será exibido segunda-feira (23), às 23h30.

“Eu costumava passar os fins de semana com o meu pai quando eu era criança, e o Ayrton era meu piloto favorito. Eu lembro de chegar em casa e todo dia colocar vídeos do Ayrton. Eu gostava de ver como ele dirigia, como ele trocava as marchas. Quando eu tinha 13 anos, eu fui à McLaren e consegui ver o carro dele.  Quando eu fui ao Brasil para correr em 2007, eu senti a presença dele o tempo todo. Os desenhos na estrada, as bandeiras. E quando a família dele me honrou com o capacete dele, foi um dos meus melhores momentos”, contou. Beyoncé em Black in King: destaque no Disney + (Foto: Divulgação) Celebração à moda Beyoncé

Depois de muita expectativa e polêmica, você já pode assistir e tirar suas próprias conclusões sobre  ‘Black is King’, de Beyoncé. A produção, lançada em julho, é um dos destaques do Disney+, serviço de streaming que estreou terça no Brasil. Na mega produçaõ, que mistura moda, música e cinema e foi filmada em cinco países, a cantora faz sua homenagem à cultura africana, com os olhos no futuro. Estrelas como Naomi Campebell, Lupita Nyongo e Jay-z participam. O filme está na lista Comemore as Histórias Negras, que traz outras produções como Pantera Negra e Rainha Katwe e o curta Fitas, do Sparkshorts (projetos de artistas da Pixar que traz um personagem com autismo não-verbal.

Documentário Skin, na Netflix (Foto: divulgação) Colorismo e padrões estéticos  

O documentário Skin, da atriz e diretora nigeriana Beverly Naya, é um destes filmes que promovem uma desconstrução em nós. Na produção de 2019, dispo- nível na Netflix, Naya volta à Lagos, na Nigéria, para discutir padrões de beleza e a cruel indústria do embranquecimento no seu país e no continente africano. Para atender à imposição social, o que inclui tentar conseguir melhores postos de trabalho e relacionamentos, muitas mulheres se submetem à tratamentos agressivos - muitos deles clandestinos - para ficar com o tom de pele considerado "ideal", ou seja, o mais claro possível. A diretora, que mora em Londres, mostra como o racismo por trás desta tradição impacta a vida de muitas mulheres como ela.