Nota sobre a chatice

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  • D
  • Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2018 às 07:09

- Atualizado há um ano

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Eu sei, caro leitor ou bela leitora, que é um porre soar repetitivo e fico deveras aborrecido quando percebo que estou pisando nesta arapuca. Acontece que, muitas vezes, os fatos vêm em nossa direção com tanta força que não dá pra fugir do atropelamento.

Veja você que, logo ontem, no dia em que tinha que preparar este texto, a Fifa anunciou que Marco Polo Del Nero está banido para sempre do futebol. O motivo todos nós já conhecemos: investigações da entidade mostraram que o até então presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é culpado por corrupção, já que recebeu propina na venda de direitos de transmissão de torneios.

Além de não poder realizar mais nenhuma atividade relacionada ao mundo da bola, Del Nero deve pagar uma multa de 1 milhão de francos suíços, coisa de R$ 3,5 milhões – o que, convenhamos, é troco para um sujeito como ele.

O problema é que, na prática, essa decisão da Fifa vale tanto quanto absolutamente nada. Como o Brasil tem sua lógica própria de funcionamento das engrenagens de poder, um parceiro de Del Nero acaba de ser eleito presidente da CBF, numa trama montada para que o líder siga coordenando todas as ações de dentro da sua própria casa.

Em resumo – e sendo repetitivo mesmo: o futebol brasileiro será comandado, a partir de agora, por um homem banido que, oficialmente, está eliminado do futebol. Parece piada. E é mesmo.

Também nunca é demais registrar que os dirigentes de Bahia e Vitória apoiaram a manobra de Del Nero e votaram a favor de Rogério Caboclo na eleição mandrake da CBF. Eleição esta que conduziu Ednaldo Rodrigues, o chefão da Federação Bahiana de Futebol, a uma das cadeiras de vice-presidente da confederação nacional.

Enquanto tudo isso ocorria, os dirigentes de Bahia e Vitória alardeavam por aí que são os cartolas mais revolucionários do mundo, cheios de ideias inovadoras.

Parece piada. E é mesmo.

ECOANDO Se é chato soar repetitivo, imagine repetir o pedido de perdão pela obrigação de ser repetitivo?!

É isso que o Vitória causa a este colunista quando, com um time pra lá de meia-boca, surge com Lucas Fernandes e Aderllan como possibilidades de reforço. Reforço, no caso, é modo de dizer.

O primeiro é atacante. Atacante, no caso, também é modo de dizer, pois o cidadão tem sabe-se lá quantas partidas como jogador profissional e conseguiu a impressionante marca de seis gols. Seis. A última vez que balançou as redes tem quase dois anos.

Para o ataque, o time sub-20 do Vitória este ano já revelou Luan, Flávio e Eron. Luan teve chances no profissional e se contundiu. Os outros seguem na base e o Vitória prefere trazer um cara de 23 anos que fez seis gols na carreira.

Para a defesa, um problema rubro-negro há anos, a primeira contratação da temporada foi um zagueiro de uma equipe rebaixada. O nome que surge agora, Aderllan, sequer era relacionado para os jogos do São Paulo.

A atuação do departamento de futebol do Vitória parece piada? É porque é mesmo.

Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados.