Novas batalhas

Por Donaldson Gomes

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Publicado em 26 de março de 2018 às 02:43

- Atualizado há um ano

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Quem pensa que a notícia da aquisição da Fíbria pela Suzano encerra a disputa da gigante brasileira com a indonésia Paper Excellence, dona da Eudorado, não entendeu direito o jogo. Quando adquiriu a Eudorado junto à JBS, o grupo asiático, que tem presença forte também na Europa e Canadá, mostrou que tinha interesse em entrar forte no mercado nacional. A aquisição da Fibria seria só o próximo passo. Neste sentido, o movimento da Suzano, que há três gerações atua no mercado de celulose, papel e agora com tissue (papel para uso sanitário), foi o de brecar o avanço de um novo concorrente de peso pelo controle do mercado brasileiro. Mas no setor a certeza que fica é de que a disputa pela Fibria foi apenas a primeira de muitas. E quem tem muito a ganhar com isso é o Brasil, com novos investimentos no setor. "Estes dois grupos não irão ficar quietos. O país certamente vai receber  uma série de investimentos e a Bahia precisa se preparar para ser o destino de pelo menos parte deles", pondera Wilson Andrade, diretor-executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf).

Oportunidades X desafios A demanda mundial de papel e celulose cresce anualmente o equivalente a uma nova fábrica de R$ 10 bilhões e 120 mil hectares por ano, destaca Wilson Andrade. O Brasil tem uma produtividade média entre 35 e 36 metros cúbicos por hectare (m³/hc), a Bahia tem 40 m³/hc, enquanto a média mundial é de 20 m³/hc. Por outro lado, a legislação brasileira traz restrições à aquisição de terras por estrangeiros e aqui na Bahia o setor ainda aponta dois problemas adicionais: insegurança jurídica e dificuldades logísticas. "Já tivemos investimentos que tinham tudo para vir para cá e foram para outros estados", afirma Andrade. 

Braskem avança em projeto para tornar o Polo 'flex' O Ministério dos Transportes aprovou n aúltima sexta-feira o plano de investimentos da Braskem no Porto de Aratu. A principal empresa da área petroquímica no Polo de Camaçari vai investir pouco mais de R$ 161 milhões na adaptação do Terminal de Granéis Líquidos  (Tegal) do porto para receber carregamentos de etano. A autorização do ministério prevê ainda investimentos com a implantação de um queimador de gases e adaptação da bacia de contenção. A portaria dos Transportes ainda estipula prazo de 60 dias para a empresas apresentar estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Lembrando que há exatos dois anos, a Braskem anunciou um investimento total de R$ 380 milhões para adaptar suas unidades em Camaçari para operarem a partir do etano produzido à base do shale gás norte-americano. A ideia anunciada era de que a empresa passe a utilizar 15% da matéria-prima importada e reduza, assim, a dependência em relação à nafta. 

No Horizonte Imposto cidadão. Em 2017, a arrecadação da Cetrel para o Programa Tributo ao Futuro – Novas Gerações, aumentou 126% em relação ao ano anterior. A arrecadação acontece entre os integrantes da empresa em contrapartida ao imposto de renda devido. O programa da Fundação Odebrecht  busca captar recursos para projetos educacionais em municípios baianos.

Seguros. A Porto Seguro identificou aumento de 53% nos valores dos seguros de vida contratados na Bahia em 2017. 

O apagão. Levanta a mão quem um dia já imaginou que a queda de um disjuntor seria suficiente para deixar metade do Brasil no escuro por quatro horas!