‘Nunca imaginei’, diz pai de Geovane após denúncia do MP contra PMs

"A gente se pergunta: que mundo é esse?”, disse

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  • Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2015 às 08:16

- Atualizado há um ano

Ao saber que 11 policiais foram indiciados pela morte de seu filho, o comerciante Jurandy Silva de Santana, 41 anos, ficou ao mesmo tempo revoltado e surpreso. “Acreditava que eram apenas três policiais, mas 11... Nunca imaginei isso. Como pai, tem que ser forte. A gente se pergunta: que mundo é esse?”, disse. Pai correu atrás para saber o que aconteceu com o filho(Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO)Ele ainda tenta entender por que o filho foi morto, mesmo desarmado. “Uma coisa é pegar alguém armado, outra coisa é pegar um ser humano desarmado, torturar ele e matar. Fizeram isso com meu filho. Como um ser humano consegue fazer isso com o outro?”, disse. 

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“A crueldade foi o que mais me chocou. Se tivesse atirado pelo menos não tinha sofrido tanto. Se eu não insistisse em enterrar meu filho, dificilmente essa situação viria à tona. Não há cabimento!”, reclamou.

Cronologia do Crime

1 - às 16h58  do dia 2 de agosto de 2014, Geovane, que pilotava a moto CG 125 Fan,  de placa  JRB 9929, na Rua Nilo Peçanha, na Calçada, é abordado por guarnição da Rondesp/BTS  integrada pelo subtenente Claudio e os soldados Jesimiel e Jailson (veja abaixo os denunciados).2 - EM SEGUIDA,  “sem que estivesse na prática de qualquer delito  que justificasse sua prisão”, segundo a própria denúncia, Geovane é conduzido na viatura Nº 2.2211 para a rua Luiz Maria, e apresentado a uma mulher vítima de roubo. Ela não o reconhece.  3 - ÀS 17h21,  chega à rua Luiz Maria  a viatura Nº 2.2203, com o sargento Gilson Santos e os soldados Claudio César, Fábio Sodré e Jocenilton Ferreira. As viaturas ficam juntas ali até 17h25, quando ambas seguem  para a sede da Rondesp, no Lobato. 4 - Na sede da Rondesp,  os policiais militares matam Geovane, “inclusive retirando-lhe as mãos, a genitália e a cabeça” e “ainda extraíram do seu corpo as partes tatuadas”, segundo a denúncia, que acrescenta que a vítima foi “subjugada” e  decapitada, como o CORREIO já havia revelado.5 - ÀS 21h,  o subtenente Claudio e o soldado Jesimiel saem da sede da Rondesp, junto com o sargento Daniel Pereira  e os soldados Roberto Santos, Alan Moraes e Alex Santos. O grupo se divide nas viaturas 2.2204 e R-10 e segue para o Parque São Barolomeu, onde abandonam e ateiam fogo no corpo mutilado. OS DENUNCIADOSSubtenente Claudio Bonfim BorgesSargentos:  Gilson Santos Dias e Daniel Pereira de Souza SantosSoldados:   Jesimiel da Silva ResendeJailson Gomes OliveiraClaudio Cezar Souza NobreFábio Sodré Lima Masavit CardozoJocenilton dos Santos FerreiraRoberto Santos OliveiraAlan Moraes Galiza dos SantosAlex Santos Caetano