'Nunca se leu tanto', diz Thalita Rebouças sobre a era digital

Escritora carioca é atração da Flica nesta sexta-feira (25), em duas mesas

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  • Laura Fernades

Publicado em 24 de outubro de 2019 às 12:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Edu Rodrigues/Divulgação

"Em tempo de redes sociais, nunca se leu tanto, nunca se indicou tanto livro, nunca se escreveu tanto sobre livros. Então as redes sociais são, na verdade, grandes aliadas", defende uma das autoras brasileiras mais populares entre o público jovem, a escritora e jornalista carioca Thalita Rebouças. Atração da Flica 2019, nesta sexta-feira (15), Thalita participa em dose dupla.

A partir das 10h, a autora bate um papo com o escritor baiano Saulo Dourado na mesa 'A Leitura não Precisa ser Essa Coisa Chata', que tem mediação de Ronaldo Jacobina. Em seguida, às 14h, Thalita conversa sobre o tema 'Oi, Mãe, Meu Livro Foi Parar no Cinema', no espaço Geração Flica que tem curadoria de Bárbara Sá. Ao longo de seus 18 anos de carreira, Thalita publicou 22 livros, muitos deles traduzidos em mais de 20 países, e outros adaptados para o cinema, como Ela Disse, Ele Disse, ainda em cartaz. Confira a entrevista.

1. ‘A Leitura Não Precisa Ser Essa Coisa Chata’ é o tema de uma das mesas da Flica que terá a sua participação. Para você, qual é o principal desafio ao difundir o interesse pela leitura entre as crianças e os jovens do século XXI? O desafio de todo autor é fazer com que o leitor se identifique com o que ele está lendo, fazer com que ele consiga se colocar na pele do que ele está lendo.

2. Você é uma das autoras que tem um ótimo desempenho com os jovens. O que acha que existe em sua literatura que a torna tão atraente? Acho que é não julgar o jovem, não dar lição de moral. Não gosto de dar o peixe, gosto de dar o anzol. A coisa que mais gosto é escrever pra fazer o adolescente pensar sobre o que leu e tirar as próprias conclusões.

3. O humor é um elemento sempre presente em seu trabalho. Há quem diga que ele abre portas e serve de convite para a leitura. Concorda? Não sei fazer nada sem humor, o humor pra mim é coisa muito importante. Acho mesmo que abriu portas pra mim. Muita gente passou a me conhecer, a gostar de ler por causa do humor dos meus livros, então pra mim é muito difícil pensar em trabalhar de outra forma.

4. Em tempo de redes sociais, existe um eterno debate sobre se há (ou não) um desinteresse pela leitura. Qual é sua opinião sobre o assunto? Em tempo de redes sociais, nunca se falou tanto de livro, então não dá pra falar que as redes sociais tiram alguém da leitura ou causam desinteresse. Pelo contrário. A partir do momento que vejo alguma pessoa, algum @, influenciador ou não, indicando um livro, vou olhar pra esse cara e vou querer ver o que é isso aqui. Então assim, nunca se leu tanto, nunca se indicou tanto livro, nunca se escreveu tanto sobre livros. Então as redes sociais são, na verdade, grandes aliadas dos livros.

5. Boa parte dos seus livros foi adaptada para o cinema. Essa mídia é capaz de atrair novos leitores? As adaptações para o cinema são muito capazes de atrair novos leitores, tenho visto isso na prática. A cada filme que eu lanço é mais uma galera nova que eu ganho, que começa a conhecer o universo dos meus livros e isso é muito bacana.

6. Em cartaz nos cinemas, ‘Ela Disse, Ele Disse’ é baseado em seu primeiro livro, um dos mais vendidos. Por que acha que essa história fez tanto sucesso? O segredo de Ela Disse, Ele Disse é que é uma história muito simples contada sob dois pontos de vista, um menino e uma menina. Conta uma história que todo mundo já viveu ou vive de alguma forma: uma mudança muito grande na vida e a forma como encarar essa mudança. E sendo uma menina e um menino de 15 anos fica tudo muito mais divertido, não só de contar, como de sentir. Acho que o sucesso dessa história se deve a isso.

7. Você vai participar da Flica em dois momentos: na mesa com Saulo Dourado e na Geração Flica. O que esse evento representa, para você? Estou muito animada pra Flica. Sempre participar de feira é muito importante, é o momento que tenho de conhecer leitores que me conhecem profundamente pelos meus livros, mas que eu não os conheço. Nas duas mesas eu vou tentar dar o melhor de mim e aproveitar ao máximo o tempo que vou ter com eles para responder às dúvidas, tirar fotos e dar muitos abraços.

8. Por fim, qual recado você daria para os milhões de leitores em potencial que existem por aí? O recado que dou para meus milhões de leitores em potencial é: vai me ler, gente! Vocês não sabem o que estão perdendo (risos).

FLICA ESTREIA ESPAÇO CONECTADO COM A NOVA LITERATURA (Foto: Edu Rodrigues/Divulgação) Programação da Flica/Mesas

Quinta-feira (24) 15h: Lilia Moritz Schwarcz e Eliana Alves Cruz na mesa Cartografias do Brasil Contemporâneo. Mediação: Zulu Araújo. 19h: Itamar Vieira Júnior e Marcelo Maluf na mesa Cartografias da Subalternidade: a Construção do Lugar do Outro. Mediação: Wesley Correia.

Sexta-feira (25) 10h: Thalita Rebouças e Saulo Dourado na mesa A Leitura não Precisa ser Essa Coisa Chata. Mediação: Ronaldo Jacobina. 15h: Mariana Komisseroff (Argentina) e Natália Borges Polesso na mesa A Literatura que Ousa Dizer o Seu Nome. Mediação: Mariana Paim. 19h: Maria do Rosário Pedreira (Portugal) e Antonio Brasileiro na mesa Estratégias do Eu-lírico, Esse Eterno Fingidor. Mediação: Mônica Menezes.

Sábado (26) 10h: Bráulio Bessa e Antônio Barreto na mesa Pra Cada Canto que eu Olho, Vejo um Verso se Bulindo. Mediação: Maviael Melo. 14h: Lande Onawale e Jovina Souza na Mesa Sobrevivências: a Poesia Frente ao Mundo. Mediação: Lívia Natália. 17h: Marcelo D` Salete e Hugo Canuto na Mesa Quer que Desenhe? Perspectivas Negras nos Quadrinhos. Mediação: Luana Assiz. 20h: Gláucia Lemos – Autora homenageada 2019 na mesa Contemplação, Criação e Mergulhos. Mediação: Carlos Ribeiro.

Domingo (27) 10h: Irmandade da Palavra Convida Slam das Minas Bahia na mesa A poesia Apresenta suas Armas.

Programação da Geração Flica 2019

Quinta, 24 de outubro Atração 1 – “Literatura de Instagram, arte ou brincadeira?” Autor: Edgard Abbehusen Mediadora: Bárbara Sá Hora: 10h

Atração 2 – “LIVES: Novos modelos de criação” Autora: Pam Gonçalves Mediadora: Bárbara Sá Horário: 14h

Atração 3 – “Vídeo Game é coisa de menina” Autora: Clara Alves Mediadora: Bárbara Sá Horário: 16h

Sexta, 25 de outubro Atração 4 – “Infanto-juvenis invadindo as escolas” Autor: Breno Fernandes Mediadora: Bárbara Sá Horário: 10h

Atração 5 – “Oi, mãe, meu livro foi parar no cinema” Autora: Thalita Rebouças Mediadora: Bárbara Sá Horário: 14h

Atração 6 – “Araruama e o fantasismo nacional” Autor: Ian Fraser Mediadora: Bárbara Sá Horário: 16h

Sábado, 26 de outubro Atração 7 – “Do livro para os palcos” Autor: Aldri Anunciação Mediadora: Bárbara Sá Horário: 10h

Atração 8 – “O fenômeno de se autopublicar” Autor: Tatiana Amaral Mediadora: Bárbara Sá Horário: 14h

Atração 9 – “Não me julgue” Autor: Matheus Rocha Mediadora: Bárbara Sá Horário: 16h

CLIQUE E CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DA FLICA 2019

Serviço O quê: Festa Literária Internacional de Cachoeira – Flica 2019 Quando: 24 a 27 de outubro de 2019 Onde: Cachoeira (a 110km de Salvador) Entrada gratuita