'Nunca sumi. Fui orar', diz vereador Vado Malassombrado sobre seu sumiço

Político assume cargo efetivo de vereador de Salvador nesta segunda-feira (4)

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  • Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2019 às 10:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

Edivaldo Ribeiro e Silva, 48 anos, o Vado Malassombrado (DEM), assume nesta segunda-feira (4) novo mandato no cargo de vereador de Salvador - o terceiro em sua trajetória política. A posse acontece há exatos dois meses depois que o vereador passou dois dias desaparecido.

Ao CORREIO, durante sessão solene de abertura dos trabalhos legislativos de 2019, o vereador negou que tenha sumido. Ele, que foi considerado desaparecido e procurado por equipes do Departamento de Proteção a Pessoa (DPP) da Polícia Civil, destacou que, na verdade, estava orando e que perdeu contato com as pessoas por uma pane no seu celular. "Eu lembro, sim, de tudo que aconteceu. Eu tenho costume de ir ao monte orar e agradecer a Deus. Orar pela minha e pela família de todos vocês. Precisamos nos cobrir pelo sangue do cordeiro de Deus. Eu tenho costume de quando sair atender o celular normalmente, mas meu celular deu um pane e as pessoas não tiveram como se comunicar comigo", afirmou Vado que foi encontrado nas dunas do Abaeté após ficar dois dias sem contato.O vereador destacou que o fato foi importante para perceber o quanto é querido pelas pessoas. "No meio desse período apareceu um corpo queimado e carbonizado dentro de um carro e começaram a ligar a minha pessoa. Lá onde eu estava não tinha televisão, nem  tão pouco celular, mas tudo acontece com a premissão de Deus. Diante desse fato, eu tive como perceber como as pessoas me amam", disse

O vereador agradeceu o carinho das pessoas e também pela "corrente de oração que fizeram pela minha pessoa". "O episódio causou um impacto positivo na minha carreira política pelo carinho das pessoas. Eu perdi as contas da quantidade de pessoas que vieram até a mim com uma palavra de carinho", completou. 

Vado negou ainda que, no dia anterior ao sumiço, tenha feito uma carta de renúncia. "Não existiu carta de renúncia. Isso foi algo contraditório de alguns veículos de imprensa que publicaram. Não existe isso. A prova viva é que eu estou aqui. Eu jamais ia decepcionar as pessoas que depositaram seu voto em mim para fazer as melhorias. É isso que quero dar oportunidade", justificou o edil afirmando que não fez acompanhamento psicológico depois do episódio do desparecimento. 

Eleito vereador pela primeira vez em 2012, depois de uma tentativa frustrada em 2008, Vado conta em seu perfil no site da Câmara que já foi pedreiro, marceneiro, mecânico, carpinteiro, eletricista, ambulante, vendedor de picolé e de pastéis, antes de se tornar um parlamentar.

Vado é natural de Olinda (PE) e veio para Salvador quando tinha 12 anos. É casado e tem dois filhos. Assume o terceiro mandato de vereador pelo Democratas - em 2013, primeira vez que assumiu uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador, obteve 4.059 votos. Na segunda eleição, sua votação chegou a 7.410 votos.

Morador da localidade da Mangueira, na Cidade Baixa, ele promove shows nas comunidades carentes há 30 anos com o Trio Malassombrado (carro de som construído por ele).

"Eu sou uma prova viva que se você tem um sonho você tem que seguir e com a fé você alcança. Deus me deu uma missão. Se eu cheguei até aqui eu tenho que fazer a diferença. Vou dar continuidade a todos os projetos que eu já trabalhava como vereador suplente e agora como vereador interino a exemplo do projeto 56/2015, aprovado e  sancionado, pelo prefeito que deu origem ao programa Morar Melhor", afirmou Vado suplente de Leo Prates (DEM), que agora é deputado estadual. Nessa última eleição, Vado conseguiu 7.405 votos.