O aperitivo de Elza Soares e de Tom Zé

Confira o single póstumo da carioca cantando O Meu Guri e inédita do baiano após cinco anos

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  • Ana Pereira

Publicado em 23 de abril de 2022 às 07:00

. Crédito: Foto de Denise Ricardo e Fernando Laszlo/Divulgação

 A semana termina com duas boas surpresas musicais, pra gente matar saudades e celebrar a arte sempre necessária de Elza Soares e Tom Zé. Da cantora, que morreu em janeiro, aos 91 anos, a Natura Musical e a gravadora Deck estão lançando uma nova versão do clássico O Meu Guri, canção de Chico Buarque apropriada por Elza e que se tornou uma das mais marcantes de sua trajetória; e Tom Zé, aos 86,  chega com a inquietude de sempre com o single Os Clarins da Coragem, lançamento do selo Sesc.

Antes de qualquer coisa, vale dizer que os trabalhos são aperitivos dos novos álbuns dos artistas, que serão lançados em breve. O de Elza no dia 13 de maio e o de Tom Zé até o fim do semestre. Dois dias antes de morrer, em 20 de janeiro passado, Elza Soares seguia sua rotina: produzindo e cantando. E esteve no Theatro Municipal, em São Paulo, para gravar o clipe de Meu Guri, parte do álbum visual documental inédito Elza ao Vivo no Municipal. 

A mais recente interpretação de O Meu Guri se junta à outras três disponíveis nas plataformas de streaming e tem seu diferencial na sofisticação voz e piano: Elza faz uma interpretação emocionante, acompanhada do pianista Fábio Leandro. O clipe, que será lançado nesta segunda-feira, tem direção geral de Pedro Loureiro e direção cinematográfica de Cassius Cordeiro.

Já Tom Zé, que estava há um tempinho sem lançar nada, apresenta Os Clarins da Coragem - que estará no álbum Língua Brasileira. O disco é um desdobramento do espetáculo teatral que estreou em janeiro, fruto de uma parceria entre o músico e o diretor teatral Felipe Hirsch, que também assina a direção artística do álbum, com produção musical de Daniel Ganjaman. 

Segundo Tom Zé, a canção, que tem ares de manifesto, estava pronta há quase quatro anos e seria lançada em outro trabalho. A letra mistura o português com expressões em tupi- guarani e faz o balanço de um país “que até hoje não há”, que tarda demais, “que elege carrascos,/ letais”, mas para o qual Tom Zé deseja  “que uma geração com ternura/se eduque em firmeza e doçura” nos clarins da coragem.

“É a música que do começo ao fim segura a peteca”, afirma Tom Zé, que não por acaso escolheu o 22 de abril, dia do “descobrimento” do Brasil, para lançar o trabalho.

Na Rua:Encruzilhada: mostra reúne arte de Inspiração afrodiásporica

 Quem se interessa pelos caminhos percorridos pela arte negra no Brasil e seu diálogo com as diferentes matrizes africanas não deve deixar de visitar Encruzilhada, a nova exposição em cartaz no Museu de Arte Moderna. Com curadoria de Daniel Rangel e Ayrson Heráclito, a mostra ocupa a Capela e o Casarão e apresenta peças do acervo moderno e contemporâneo do MAM, em diálogo com a impressionante Coleção de Arte Africana Claudio Masella – originalmente abrigada no Solar Ferrão. Assim, ao lado de máscaras, esculturas e objetos recolhidos por Masella (1935-2007) em mais de 15 países africanos, estão trabalhos de artistas fundamentais na releitura  do legado africano como Mestre Didi (1017-2013/ foto) até chegar à revisão e provocação atual de artistas como Tiago Sant’Anna. “É uma reunião de artistas de diversos contextos históricos, sociais e raciais que articulam tensões na produção de visualidades, cuja centralidade dos seus interesses criativos é ativada a partir do universo das culturas afrodiaspóricas”, afirma Ayrson.

O MAM está aberto neste fim de semana (23 e 24)e  das 13h às 18h e ainda dá para aproveitar, tomar um café e pegar um cineminha na Saladearte, que funciona até 22h.  Obra O Espítito da Árvore, de Mestre Didi (1987)

Em casa:  Carnaval fora de época na telinha 

Samba - A longa e linda relação de Martinho da Vila, 84 anos, com a  Vila Isabel será coroada neste sábado (23) com a homenagem  que a escola de samba carioca fará ao sambista. “Eu e Vila Isabel a gente é quase uma coisa só”, afirmou o cantor, presidente de honra da escola, que estará em uma ala com 140 amigos e familiares na avenida, encerrando o desfile deste Carnaval especial. Antes da Vila Isabel desfilam Paraíso da Tuiuti, Portela, Mocidade Independente de Padre Miguel e Grande Rio, a partir das 21h15, com transmissão na Globo. 

Fantasia  - Quem está acompanhado o The Masked Singer sabe o melhor da brincadeira é tentar entrar no jogo de adivinha, com direito aos chutes mais loucos de Ivete Sangalo e sua bancada de jurados. Neste domingo, a segunda edição do programa chega ao fim, celebrando os bons números de audiência. “A final vai ser incrível, de muita emoção e  música. Tem os especiais do programa, as apresentações, a luz, o palco, o balé, a edição, a direção, é tudo muito mágico” garante Ivete. Às 15h30, na Globo.  Ivete Sangalo apresenta a final do The masked Singer, neste domingo (Foto: Rodrigo Fidalgo/Tv Globo)