O Brasileirão é logo ali

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  • Elton Serra

Publicado em 4 de março de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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É assustador olhar para a folhinha e perceber que faltam apenas 40 dias para o início do Campeonato Brasileiro. Com a Copa do Mundo espremendo o calendário futebolístico no nosso país, a proximidade da Série A acende a luz amarela nos clubes baianos. O processo de aceleração da montagem das equipes para a principal competição do Brasil faz com que as torcidas convivam com um imenso ponto de interrogação.

Sem uma pré-temporada adequada, Bahia e Vitória estão buscando suas formações ideais durante o Campeonato Baiano e a Copa do Nordeste – o rubro-negro ainda tem a Copa do Brasil como um adicional no primeiro trimestre. O tempo escasso de treinamento força Guto Ferreira e Vagner Mancini a experimentarem ideias de jogo a menos de um mês e meio do Brasileirão. O último Ba-Vi, mesmo ofuscado pelas cenas patéticas que reverberam até hoje, nos deu alguns indicativos.

O Bahia ainda vive um processo quase embrionário. Guto Ferreira tem em mente uma equipe que consiga ser equilibrada defensivamente, mas que mantenha a velocidade na transição ofensiva e, principalmente, intensa movimentação de seus meias na fase de construção do jogo. Para isso, já orbitou entre o 4-1-4-1 e o 4-2-3-1: na primeira formação, apostou em Vinícius como um meia central na segunda linha de quatro, dando mais responsabilidades defensivas ao jogador; na segunda, escala Elton como segundo volante e dá liberdade para Vinícius ser o armador do tricolor. Nos dois sistemas, Gregore segue como titular absoluto. O encaixe da equipe, no entanto, ainda não aconteceu.

O Vitória, mesmo com a manutenção de um grupo que sofreu no último Brasileirão, começou a temporada mostrando uma rápida evolução em relação ao rival. Vagner Mancini apostou no tradicional 4-4-2, com duas linhas de quatro e um jogo que valoriza mais a posse de bola, mas sem abrir mão da verticalidade. Ofensivamente, o rubro-negro deu um salto de qualidade substancial. Defensivamente, segue cometendo os mesmos erros do ano passado. Para piorar, o time perdeu quatro titulares para o Campeonato Baiano por conta das merecidas punições pós-Ba-Vi, quebrando a sequência de partidas que dava ao grupo um encaixe mais rápido, visando o Campeonato Brasileiro.

Mesmo com o óbvio argumento de que o estadual não serve de parâmetro para a Série A, não dá para excluir as figuras de Kanu, Yago, Rhayner e Denilson para que o Vitória consiga atingir a sua versão mais confiável. Mudar a equipe toda vez que for jogar o Campeonato Baiano, a apenas 40 dias do Brasileirão, não é uma questão agradável, mas é o preço que se paga pela falta de inteligência num momento de estresse emocional. Pensando no Campeonato Brasileiro, os quatro jogadores são parte de uma ideia de jogo que começava a ganhar corpo. Sem sequência e com curto espaço de tempo, Mancini terá que pensar em alternativas. O processo de construção do time passa a ser mais difícil – algo que o Bahia pode minimizar, já que conta com quase todos os seus principais atletas.

O Brasileirão já bate na porta, e não é nenhum absurdo pensar nele a essa altura da temporada. A sequência de partidas no mês de março será incapaz de trazer uma referência técnica, devido à qualidade dos adversários, mas é fundamental para solidificar os sistemas e as ideias de jogo. No atual estágio de Bahia e Vitória, não deixa de ser preocupante.

Elton Serra escreve aos domingos.