O cavaleiro inexistente

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  • Armando Avena

Publicado em 30 de março de 2018 às 08:00

- Atualizado há um ano

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Sob as muralharas vermelhas de Paris, Carlos Magno reúne os paladinos da França, cada um vestindo uma armadura de ferro e prontos a morrer pela pátria. Diante do rei, cada general ergue a viseira de ferro e se apresenta, dizendo o que fez e o que vai fazer pela França. Todos repetem a mesma ladainha, até que surge um cavaleiro, vestindo uma armadura branca e limpíssima. Carlos Magno indaga quem é o cavaleiro que se mantém tão limpo. E o cavaleiro se apresenta, com uma voz gutural, que sai da garganta e parece vibrar como metal. É o momento de levantar a celada da armadura para mostrar o rosto, mas o cavaleiro não o faz. “Por que não mostra o rosto para o seu rei?”, indaga, autoritário, o monarca. “Porque não existo”, responde o cavaleiro e Carlos Magno vê a viseira da armadura branca levantar-se e constata que o elmo está vazio.  “Faltava esta – exclama, o imperador – Agora temos na tropa até um cavaleiro que não existe!”

A história que dá início ao belo romance de Italo Calvino, O Cavaleiro Inexistente, fez-me lembrar os bravos candidatos que, perfilados, começam a apresentar-se ao monarca brasileiro – o povo – dizendo o que fizeram e o que pretendem fazer pelo Brasil. E, a semelhança dos esquisitos cavaleiros de Carlos Magno, cada um dos pré-candidatos a presidente do Brasil está levantando o elmo para se apresentar ao povo. O primeiro a se destacar é Micheele de Temer, atual chefe da armada, mas detestado por todo povo e acusado de falcatruas diversas, mas que, munido da espada do crescimento econômico, quer permanecer no poder. À sua direita está Jairson de Bolsonaro, cavaleiro cruel que tudo pretende resolver na base da força e da tortura e que pouco tem a apresentar. Ao centro, surge, meio inexpressivo, Geraldin de Alkmin que, diferente do cavaleiro inexistente, tem um corpo como qualquer outro homem, embora ninguém tenha consciência de que ele realmente exista. Mais a esquerda aparece Cirilon de Sobral, cuja força é indiscutível, mas é afeito a aventuras e tão imprevisível e surpreendente que ninguém se arrisca a dizer para onde vai sua campanha. Um pouco mais a esquerda está a Irmã Marina do Norte, guerreira, mas imbuída de perigoso sentimento messiânico, o que pode levar o país a aventuras e caminhos tortuosos. Há muitos outros pretendentes, mas todos frágeis, pelo menos por enquanto. Mas um deles, se sobressaí, cheio de chagas de uma doença chamada corrupção e ainda assim amado por parte do povo. Apesar de enlameado, veste-se com uma armadura branca, como se a lama não pudesse sujá-lo. Seu nome é Lula da Silva e seu elmo vermelho se sobressai entre todos. Mas quando o povo – rei da democracia – exige que ele levante a viseira vê-se que o elmo está vazio. Lula da Silva é o candidato inexistente, sua armadura está corrompida pela ferrugem do mensalão e do petróleo, e nada há dentro dela, a não ser um espectro, tornado invisível pela Lei da Ficha Limpa e pelas diversas condenações que estão por vir. Candidato inexistente não pode ser eleito, por isso, o povo brasileiro terá de escolher entre os candidatos que aí estão e outros que poderão vir, embora não haja um cavaleiro sequer que, neste momento, entusiasme os brasileiros.

Os bancos e os advogados O cidadão precisa, de repente, transferir determinada quantia para um hospital. Acessa sua conta no Bradesco e... bingo: o banco não permite transferência de valores acima de determinado valor sem que o destinatário seja cadastrado através de e-mail, o que leva pelo menos um dia útil. Em outras palavras: o banco impede o correntista de movimentar sua própria conta, seu próprio dinheiro, mesmo que seja um caso de urgência. É inconstitucional, mas no Brasil, aos bancos tudo é permitido. A única saída para esse tipo de medida está no setor judiciário. Aliás, os advogados ainda não perceberam como podem ganhar dinheiro para os seus clientes questionando as dezenas de medidas que o sistema bancário exige do correntista e que são nitidamente inconstitucionais ou contrárias aos direitos dos consumidores.

Maria Madalena Na história de Jesus Cristo, cuja paixão se comemora em todo mundo nesta sexta-feira, há três personagens fundamentais: Maria, sua mãe, Pedro e Maria Madalena. A história de Madalena tem muitas versões, e, conta-se, que após a morte de Jesus, ela teria ido para França, fugindo da Palestina. Ao que parece, a França acolheu Madalena e uma das mais belas igrejas do mundo, Igreja Madeleine em Paris, é, provavelmente, a única, afora aquelas dedicadas a mãe de Jesus, em cujo altar principal está uma mulher. Madalena é a padroeira da região de Provence, onde fica, ao sul da cidade de Saint-Maximin-la-Sainte-Baume, a basílica com seus restos mortais. A história de Madelena está sendo revista por romancista e historiadores e este colunista, cujo ofício é ser escritor, já escreveu um livro sobre ela e, em breve, vai brindar o leitor, destacando a força dessa mulher maravilhosa.

A disputa para o senado Que caminho vai seguir a senadora Lidice da Mata nas eleição de 2018? Sabe-se que ela não vai compor a chapa do governador Rui Costa, já que os candidatos ao senado serão o ex-governador Jaques Wagner e um nome  do PSD ou do PP, a depender de quem opte pelo cargo de vice-governador. Sabe-se, também, que ela dificilmente apoiaria a chapa de oposição. Ao que parece, e segundo declarou a própria senadora, uma possibilidade concreta seria sua candidatura avulsa ao Senado pelo PSB. Essa possibilidade preocupa alguns deputados de partidos aliados ao governador Rui Costa, pois as lideranças mais a esquerda na coligação poderiam estimular o voto extraoficial, com a formação de uma dobradinha Lidice/Wagner, mesmo à revelia do governador e do próprio Wagner.  Outra possibilidade seria a concretização da candidatura presidencial do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa pelo PSB, partido de Lidice. Pesquisa internas mostram que Barbosa teria até 20% das intenções de voto, num cenário sem Lula, e que seria um candidato competitivo. Se essa candidatura se confirmar, Lidice terá de que decidir se seu palanque será o mesmo do candidato do seu partido.

Economia solidária A Bahia é o quarto principal estado da federação em termos de econômica solidária. A economia solidária é aquela onde não existe a figura do capitalista ou do dono da empresa, nela os próprios trabalhadores são também donos do empreendimento, e dividem tanto o lucro quanto o trabalho. Na Bahia, existem 1402 empreendimentos registrados como economia solidária, representando cerca de 7% do total, segundo cadastro do Ministério do Trabalho. O Rio Grande do Sul lidera o ranking com 1600 empresas solidárias.