O Clima e uma Nova Revolução Industrial

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  • Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A última Semana do Clima da ONU, realizada em Nova York, ampliou a certeza de que estamos diante da necessidade de uma Nova Revolução Industrial, na qual a inovação tecnológica é protagonista e a eficiência do uso de recursos um importante foco de mudança. Nesta jornada, não há dúvidas que o posicionamento antecipado de empresas líderes é essencial para o sucesso da transição.

Esse mesmo ponto de vista já tinha sido apontado na Semana do Clima da América Latina e Caribe, em Salvador, e ficou mais evidente a importância de engajar os negócios no apoio à Agenda 2030 da ONU e seus Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Estudo do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, composto por mais de 800 cientistas, defende a necessidade de uma sociedade carbono neutra até 2050, ou seja, sem emissões de gases de efeito estufa ou compensando a emissão com a captura de CO2. Hoje quase tudo que fazemos tem emissões, mudança que parece inimaginável, mas já há países que definiram esse compromisso.

Para ter uma sociedade carbono neutra temos que inovar na forma de produzir, consumir e descartar. Já estamos na 4ª revolução industrial com a integração entre as tecnologias da informação e industrial, com as “fábricas inteligentes” e “internet das coisas”. Mas de que adiantará sermos mais produtivos se não enfrentarmos as mudanças do clima e se não melhorarmos a situação geral da nossa sociedade. Pode ser que essa 4ª revolução já seja obsoleta se não tiver o propósito de oferecer processos e produtos que nos levem a uma situação radicalmente melhor. Talvez uma 5ª revolução já seja necessária, considerando as restrições oriundas das mudanças climáticas, mas também novas formas de consumo que garanta recursos para as gerações futuras. Isso é o que se convencionou chamar de desenvolvimento sustentável.

Na Braskem, estamos dando passos no sentido dessa nova revolução. A era “digital” já está em curso, mas também um propósito empresarial de “melhorar a vida das pessoas criando soluções sustentáveis da química e do plástico”. Definimos uma estratégia climática robusta, com metas de redução de emissões arrojadas. Recentemente a Braskem foi incluída em uma lista das melhores empresas em gestão de carbono e de água do mundo (CDP A List).

Entendemos que é necessário muito mais. Precisamos ganhar escala. Mais empresas têm que se juntar a essa nova revolução. Os mais diversos agentes devem se engajar e trabalhar alinhados com a possibilidade dessa nova situação. O governo tem a capacidade de desenvolver políticas públicas que incentivem o engajamento. O desafio é termos a clareza de que esse futuro é possível e que buscá-lo pode trazer muitas oportunidades de crescimento para o país. Está na nossa mão decidir aproveitar ou não.

Jorge Soto é diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem e professor da EASP/FGV

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