O desafio de Rui e Zé Ronaldo nos cenários possíveis da eleição

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  • Armando Avena

Publicado em 14 de setembro de 2018 às 05:01

- Atualizado há um ano

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O governador Rui Costa, candidato a reeleição, tem um desafio pela frente: ganhar a eleição no primeiro turno. Se, como indicam as pesquisas, conseguir seu intento, sairá do pleito como uma das maiores lideranças politicas da Bahia, qualquer que seja o resultado da disputa pela Presidência da República. O candidato José Ronaldo, da coligação liderada pelo DEM, também tem um desafio: conseguir chegar ao 2º turno, forçando uma nova disputa pelo governo do estado. Se conseguir seu intento, a eleição na Bahia ficará mais emocionante e ACM Neto, junto com o candidato do DEM,  vai se contrapor fortemente à liderança de Rui e Wagner. 

Supondo, por exemplo, que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, já está definido como um dos postulantes na disputa do 2º turno, e que, como indicam as pesquisas, seu adversário será definido entre três postulantes – Ciro Gomes, Fernando Haddad ou Geraldo Alckmin – a possibilidade de ter ou não ter 2º turno na eleição para governador será fundamental para definir o tamanho de cada força política na Bahia.

Vale dizer, desde logo, que se Rui Costa ganhar no primeiro turno terá papel de destaque na disputa presidencial, não importa quem seja o adversário de Bolsonaro. Se for Fernando Haddad ou Ciro Gomes tanto melhor pois, nesse caso, já eleito governador da Bahia, Rui será o principal cabo eleitoral,  tanto do candidato do PT como do candidato do PDT, e na campanha vai ampliar seu cacife politico.  Apenas no caso de ser Geraldo Alckmin o adversário de Bolsonaro no 2º turno,  a importância eleitoral e política de Rui seria menor, já que ele não apoiaria nenhum candidato, e o prefeito ACM Neto se destacaria no apoio ao candidato do PSDB.

 O cenário muda completamente se Zé Ronaldo chegar ao segundo turno, hipótese em que a eleição para o governo estadual embolaria, qualquer que fosse o postulante que chegasse ao 2º turno para disputar com Jair Bolsonaro. Se fosse Fernando Haddad ou Ciro Gomes o adversário de Bolsonaro, Zé Ronaldo teria obrigatoriamente de pender para o candidato do PSL e aí estaria posta uma disputa pelo governo do estado que embolaria com a disputa presidencial.

Já se o adversário de Bolsonaro fosse Geraldo Alckmin, aí Zé Ronaldo o apoiaria integralmente, e quem estaria em maus lençóis seria o governador Rui Costa, que iria para disputa do governo do estado sem candidato a presidente. Como se vê, o governador Rui Costa deve estar jogando todo o seu cacife na possibilidade de ganhar no primeiro turno, enquanto Zé Ronaldo deve estar lutando desesperadamente para chegar ao segundo turno.

Que o leitor não se entusiasme com a narrativa que, embora lógica, tem muitos senões. Em primeiro lugar, e até a próxima pesquisa estabelecer uma tendência, não se sabe se há efetivamente a possibilidade do candidato do DEM chegar ao segundo turno e, ao que parece, o governador Rui Costa,  com mais recursos e mais tempo de televisão, pode aumentar a distância atual. Em segundo lugar, a hipótese de Bolsonaro chegar ao segundo turno, embora concreta, pode não se realizar. Como se vê, tudo ainda está muito indefinido em se tratando de eleição presidencial, mas, no caso da Bahia, o que importa mesmo é saber se Rui conseguirá ganhar no primeiro turno ou, se assim preferir o leitor,  se Zé Ronaldo vai chegar ao segundo turno.

Haddad é Lula ou não?

Fernando Haddad finalmente foi ungido candidato a presidente da República e a propaganda política passou imediatamente a veicular que Haddad é Lula, identificando-o com o ex-presidente. Mas, de Lula, Haddad não tem nada. Diferente do ex-presidente, um operário nordestino sem curso superior, Fernando Haddad é um típico intelectual de classe média, e pode ser considerado um pequeno burguês tradicional.  Nascido em São Paulo, é professor de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), bacharel em Direito e doutor em Filosofia. O candidato do PT mora no Paraíso, um bairro nobre da capital paulista, e sua esposa, Ana Estela Haddad, é dentista com doutorado pela USP, onde estudam seus dois filhos. O perfil do candidato do PT não é definitivamente aquele que empolga o eleitor nordestino e não vai ser fácil Haddad falar como Lula nos grotões do Brasil.

O dólar e a eleição

A desvalorização do real atinge patamares mais altos do que o esperado e, apesar disso, o cenário acena para aumentos maiores na cotação do dólar. No entanto, a crise dos emergentes não explica a alta, afinal, com um superávit expressivo na balança comercial, inflação em baixa e reservas superiores a US$ 400 bilhões, não há hipótese de crise cambial ou moratória no Brasil. E o impacto da alta dos juros americanos é pequeno para explicar  uma alta de quase 30% na cotação do dólar. Ou seja, a alta do dólar é pura especulação eleitoral, afinal nenhum dos principias candidatos está falando em moratória e as diferenças entre eles são muito mais políticas do que econômicas.

Novo resort

A rede portuguesa de hotéis Vila Galé vai construir um novo resort na Bahia, com 450 quartos, representando um investimento de R$ 150 milhões. O resort deverá ser construído na cidade de Una, ao sul de Ilhéus. Com isso, a Costa do Cacau terá  dois resorts de alto luxo a cerca de 30 quilômetros de Ilhéus; um ao norte, o Transamérica Resort Comandatuba, e outro ao Sul, cujo nome deverá ser Vila Galé Costa do Cacau. A Vila Galé já opera dois empreendimentos na Bahia, um em Guarajuba e outro em Salvador.

Seminário de Logística

A Tecon Salvador vai realizar, em outubro, a 7ª edição do  Seminário de Logística, tendo como tema a Gestão de Pessoas como Estratégia Corporativa. Reunindo empresas de diversos setores da cadeia produtiva e logística do país, o seminário vai debater soluções e inovações para a cadeia logística brasileira.  Além da experiência da  Wilson Sons e do terminal de cargas baiano, serão relatadas experiências de empresas startups, segmento que vem se destacando no setor.

Dante e as eleições

Em um 14 de setembro como este, há quase 700 anos atrás, morria Dante Alighieri, o grande poeta italiano que brindou o mundo com sua Divina Comédia. O livro trata dos vícios e das virtudes humanas e em um dos seus cantos o genial fiorentino vaticina:  “No inferno, os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise”.  A máxima serve como uma luva para essa eleição que registra a intenção de quase 30% dos brasileiros de votar branco ou nulo.

Recesso

Deixo a agradável convivência com os leitores pelas próximas duas semanas, período em que esta coluna não será publicada por conta das férias do colunista.