O dia em que quase perdi uma grana no golpe do carro quebrado

Senta que lá vem...

Publicado em 12 de junho de 2018 às 15:20

- Atualizado há um ano

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ALERTA DE GOLPE (a experiência é minha - Roberto Harfush Midlej - e, por pouco, não caio) Vou ser breve, porque estou sem tempo, mas vale o alerta. Recebi uma ligação interurbana agora e o sujeito veio com uma conversa: - Fala, amigão, adivinha só quem é?!; Eu, induzido pelo fato de ser uma interurbana, acreditei que era um amigo de outra cidade e chutei: - Fulano?! - Sim, há quanto tempo, hein amigo?! Cara, tava vindo pra Bahia e um caminhoneiro bateu em meu carro. Achei o tom dele meio estranho, mas segui ouvindo. - Olha, o cara bateu em meu carro e pedi um reboque, mas o reboque não chegou ainda. Você pode ligar pra o número "XXXXX" e dizer a eles que o reboque não chegou ainda? Claro que me perguntei por que ele mesmo não ligava pro reboque, mas como o meu "amigo" é um sujeito meio enrolado, folgado, me prontifiquei a fazer o favor. Liguei pra seguradora e o cara disse: - Olha, tô vendo aqui pelo GPS e posso garantir que já chegaram lá no local. Avisa pra ele que tá tudo bem e pede desculpa a ele pelo atraso. Ah, mas avisa a ele que depois da greve dos caminhoneiros a seguradora não aceita cartão. Só dinheiro e transferência bancária. - Mas como assim?! Ele tem seguro e precisa pagar?, questionei. - Ah, é que a gente é terceirizado. Aí, ele vai pegar o comprovante do pagamento e vai pedir reembolso à seguradora. Àquela altura, claro, já tinha convicção que se tratava de golpe. Mas dei corda pra ver até onde ia. Liguei para o meu "amigo" e, assim que ele, atendeu, disse: - Cara, o reboque chegou agora. O pior você não sabe... Eu disse: - Já sei, só aceitam dinheiro. - Pois é, amigo. Paguei 600 reais e tá faltando 1,2 mil. Cara, você transfere essa grana pra mim? Assim que eu sair daqui da estrada ou quando chegar aí na Bahia (ele não dizia 'Salvador', porque não sabia em que cidade eu estava), te pago. - Ih, rapaz, tenho não!, eu disse. - Então você pode transferir 30 reais para o meu celular. - Sim, amigão, vou transferir, afinal não ia deixar meu amigo de infância na mão, né? Ah, e quando chegar, não deixe de me procurar, viu?

E até agora ele espera. Ai, ai... me deixei, viu!

Roberto Midlej é subeditor do CORREIO

Texto originalmente publicado no Facebook