O guia definitivo para guardar um vinho em casa sem adega climatizada

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  • Paula Theotonio

Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 10:29

- Atualizado há um ano

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Indo direto aos fatos: não tenho uma adega climatizada em casa. Vivo de mudança, não coleciono rótulos com longo potencial de guarda e, por estes motivos, não me vi ainda na necessidade de investir pelo menos R$ 500 no eletrodoméstico. Com isso, sempre lanço mão de algumas técnicas e cuidados para armazenar meus rótulos adequadamente.

Mas é claro que essa “informalidade” já me trouxe alguns transtornos.

Certa vez, eu e meu marido guardamos um vinho que adoramos para saboreá-lo em uma data especial. Era um Terranova Testardi Syrah 2015, com potencial para envelhecimento de, no máximo, 6 anos. Colocamos a garrafa deitada na área de serviço – quarto sem incidência de luz – e fomos viver a vida tranquilos.

Só que esquecemos de dois detalhes: morávamos em São Luís (MA), onde a temperatura e a umidade são altas o ano inteiro. E o sol batia bem na parede do cômodo onde deixamos nossa preciosa garrafa. Resultado: a bebida praticamente cozinhou ao longo do período.

Para você não cometer este ou outros erros comuns de quem deseja guardar um vinho sem uma adega, seguem algumas dicas:

1.       Nada de calor ou agitação

O ideal seria armazenar as garrafas a cerca de 15°C. Mas sabemos que, com exceção de poucas cidades baianas no inverno, essa temperatura ambiente é utopia na Bahia. Então, desde já saiba que o tempo de guarda na sua casa, de maneira informal, não deve ser longo, ok?

Escolha um local onde não bata sol e nem entre luz artificial. Uma exposição contínua à iluminação altera sabores e aromas ao acelerar a oxidação da bebida. Nada de expor a garrafa na decoração de casa ou deixá-la e locais onde há trepidações ou movimentos! Além de escuro, o cantinho deve ser fresco. Pode ser uma parte do seu armário que bata um ventinho ocasional e que fique bem longe de janelas ou do fogão.

Esquentou demais? Pode recorrer à geladeira, mas mantenha as garrafas sozinhas na gaveta das verduras, nunca na porta. E não deixe o vinho lá por mais de 2 semanas: o ambiente interno do eletrodoméstico é seco e muito gelado para a bebida. Com isso a rolha contrai e pode entrar oxigênio, além de sabores e odores indesejáveis de outros alimentos. Imagine um tinto com notas de cebola?

2.       Tem rolha? Guarde a garrafa de vinho deitada

Não é frescura: manter garrafas na posição horizontal umedece a rolha, impedindo que ela resseque e se desfaça na hora de abrir o vinho. O contato com o líquido também barrar a entrada de oxigênio. Mas se você comprou um vinho com tampa de metal, não faz diferença a posição.

3.       Considere o tipo de vinho que será armazenado

Essa história de que “quanto mais velho, melhor” pode ser verdade para algumas pessoas. Como o George Clooney. Mas não para vinhos, que têm prazo de validade!

Há, sim, alguns que pedem uns 20 anos de repouso, guardadinhos em adegas subterrâneas e com temperatura controladíssima, para ter seus sabores apurados. São os famosos “vinhos de guarda”, geralmente de Bourdeaux, os Barolos...

Mas o que mais vemos – e temos acesso – são os vinhos de consumo imediato: produzidos e comercializados no mesmo ano da colheita da safra, ou que já descansaram o suficiente na vinícola, seja em barricas de carvalho e dentro da própria garrafa. Reserva ou gran reserva, por exemplo.

Minha dica para os vinhos prontos para consumo: brancos e rosés jovens e secos, um ano no máximo. São raríssimas as exceções, principalmente se não tiver um leve estágio em madeira. Leve em consideração, inclusive, a safra. Se tiver mais de dois anos de engarrafado, considere tomá-lo imediatamente. Beba os tintos jovens em, no máximo três anos desde que chegou às prateleiras. Se tiver estágio em carvalho, sugeriria de 5 a 8 anos.

Ah, e outra: não espere uma ocasião ímpar para tomar aquele vinho. Vinho bom é vinho aberto; e dia especial é hoje, que tá garantido!