O impeachment visto de dentro do  Palácio do Alvorada

Documentário mostra nos bastidores dos últimos dias de Dilma Rousseff no poder

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  • Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2021 às 05:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Dvulgação

O impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, ganha seu terceiro registro cinematográfico: o documentário Alvorada, das diretoras Anna Muylaert e Lô Politi, que estreia nesta terça (13), às 21h, na programação do festival É Tudo Verdade. A exibição acontece na plataforma Looke, e tem reprise na quarta (14), às 15h. As apresentações são gratuitas. 

Juntamente com Democracia em Vertigem (2019), de Petra Costa, e O Processo (2018), de Maria Augusta Ramos, o doc faz um esforço para retratar o momento dramático da história recente do país, que acabou por resultar no afastamento da primeira mulher eleita presidente do país. 

Segundo as diretoras,  ideia foi mostrar um pouco do dia a dia e da intimidade de Dilma, em meio às tensões daquele período. “Alvorada tem o ponto de vista  da residência da presidente em todos os seus andares e esferas de poder, focando sua câmera não nos grandes gestos históricos – já retratados em outros filmes do período – mas sim nos pequenos gestos pessoais de Dilma, seus assessores e funcionários e no clima de melancolia destes dias finais”, afirma Anna Muylaert, diretora do premiado Que Horas Ela Volta?  

 

Cientes de que outros filmes já estavam em produção sobre os fatos que se desenrolavam no Congresso e na sociedade civil, as diretoras optaram por abrir a câmera exclusivamente no espaço fechado do Palácio residencial da presidente. Segundo as diretores, ao mesmo tempo que mostra o desfecho melancólico, o filme mostra como Dilma manteve uma visão lúcida da história e ciente da onda de retrocesso que estava por vir.

O filme mostra a aproximação do impeachment através dos corredores do palácio desenhado por Oscar Niemeyer, acompanhando o vai e vem de reuniões, o dia a dia da cozinha, a troca de guardas, os telefonemas sem fim, uma tensão crescente da presidente, funcionários, assessores e ex-ministros, perplexos e quase sem ação. 

E revela aspectos inéditos da personalidade de Dilma, na medida em que retrata a presidente em conversas informais sobre política, história, literatura e, principalmente, sobre si mesma.