O legado de duas mentes brilhantes

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 16 de março de 2018 às 05:16

- Atualizado há um ano

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Conhecimento. Uma palavra grande, mas que tem um significado e uma força muito maiores. O conhecimento é que nos faz humanos (ou deveria), nos diferencia uns dos outros e, principalmente, nos faz evoluir.

Foi o conhecimento adquirido nos EUA, em meados da década de 70, quando atuou por lá, que fez Bebeto de Freitas visualizar a transformação que o vôlei brasileiro poderia sofrer. Tínhamos material humano, algum equipamento, força de vontade, o que faltava? Conhecimento.

Bebeto, que nos deixou tão precocemente na última terça-feira, revolucionou o vôlei brasileiro. Foi sua iniciativa, abraçada por tantos, que culminou em cinco medalhas de ouro olímpicas, quatro delas nos últimos quatro Jogos, duas com a seleção masculina, duas com a feminina. 

Porque a ciência - e o esporte também é ciência - não é macarrão instantâneo para estar pronto em três minutos. A ciência é estudo, aplicação, tentativa, erro, pesquisa, observação. E, por isso, demora a dar resultados. Mas quando dá... A ciência é evolução.

E a evolução que Bebeto buscava não era só dentro de quadra. Era na estrutura física das instalações e na estrutura política do esporte. A gestão do esporte também é ciência. 

O treinador da nossa eterna ‘geração de prata’ queria a democratização das entidades esportivas e uma maior participação dos atletas nas decisões, por exemplo.

Bebeto sabia da podridão dentro do Comitê Olímpico do Brasil (COB) a ponto de chorar quando Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente, foi devidamente colocado no seu lugar de dever: atrás das grades. Sempre lutou por transparência, dignidade, honestidade e profissionalismo como alicerces da gestão esportiva. Sua luta, tenho certeza, não será em vão. 

Hawking Outra mente brilhante a nos deixar, mas na última quarta-feira, foi o físico Stephen Hawking, talvez o maior gênio das últimas décadas neste planeta. Ainda que tenha dedicado a imensa parte dos seus estudos à Astronomia, o inglês mostrou como a ciência ajuda o futebol.

Com suas pesquisas, Hawking desenvolveu a chamada Teoria do Pênalti Perfeito, tudo com o bom humor que lhe era característico. Segundo a teoria, 84% dos pênaltis cobrados no alto e no canto se tornavam gol. 

Além disso, caso dê mais de três passos em direção à bola, o jogador tem 87% de chances de acertar a cobrança. Hawking também concluiu que não existe uma preponderância em relação ao pé do cobrador. A percentagem de acerto de canhotos e destros é semelhante.

Além disso, o gênio também criou uma teoria para a Inglaterra voltar a ser campeã mundial, baseada em cinco fatores, e discursou na abertura dos Jogos Paralímpicos de Londres-2012. Antes de ser diagnosticado com a esclerose lateral amiotrófica, Hawking era praticante de remo.

A física está em tudo. No esporte, claro, faz diferença se o atleta tiver noção de seus conceitos de tempo, espaço, força, atrito. Um pouco mais de estudo de Física talvez nos poupasse de tantos cruzamentos sem direção no futebol, erros não forçados no tênis e batidas no automobilismo, por exemplo. Ciência e evolução, amigos.

Ivan Dias Marques é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras