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Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2018 às 05:00
- Atualizado há um ano
Você bem sabe, caro leitor ou bela leitora, que qualquer atividade que a gente queira fazer na vida apresenta bônus e ônus. Seis anos escrevendo esta coluna, por exemplo, já me trouxe alguns benefícios, como receber toda semana e-mails de pessoas que conseguem ler até o fim estas anotações e ainda se dedicam a mandar bilhetes eletrônicos, seja pra me esculhambar ou pra me incentivar.
O ônus, no caso, também está relacionado ao e-mail. Como o endereço fica aí publicado pra quem quiser ver, no papel e na internet, recebo, todo santo dia, cada sugestão de pauta de fazer corar – ou chorar, a depender da sua emotividade.
Pois muito bem. Fiz este arrodeio de dois parágrafos simplesmente porque, essa semana, bateu cá na caixa de entrada uma mensagem com o seguinte assunto: “Jogadores virtuais também precisam de comprometimento”.
Nas Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTPs), tal missiva seria marcada junto com outras tantas e enviada imediatamente para a lixeira. Ocorre que, devido aos tempos loucos em que estamos, concedi - e abri o e-mail.
“Para os jogadores casuais de ligas virtuais de futebol que almejam o profissionalismo, saibam que não basta apenas ter habilidades no joystick”, inicia o texto, antes de emendar o bolodório a seguir: “Ao ser alçado ao patamar de categoria profissional de eSports, a modalidade Pro Clubs, no jogo Fifa, apresentou aos competidores uma nova perspectiva de conduta, postura e, sobretudo, comprometimento com o esporte - mesmo que este seja virtual”.
Eu não jogo videogame. Nunca soube jogar. Meu cérebro jamais desenvolveu a capacidade de acompanhar os movimentos na tela e, ao mesmo tempo, comandar os dedos entre um botão e outro. Então, não faço a menor ideia de que porra é modalidade Pro Clubs do Fifa, nem me interessa pesquisar. Disso tudo, a única informação útil pra mim é que até os competidores virtuais – ao menos segundo o release -, estão adotando uma postura de comprometimento com o esporte. Pelo visto, só no atual elenco do Esporte Clube Vitória é que isso ainda não chegou.
Todo mundo já sabe que a gestão de Ricardo David é lamentável do ponto de vista esportivo e que Mancini deixou um legado de arremedo tático difícil de ser superado, mas a postura dos jogadores rubro-negros, tirando aquelas exceções que só confirmam a regra, é digna de justa causa. Os caras não estão nem aí – e a diretoria assiste.
A bem da verdade, se a escalação do Vitória pudesse contar com alguns jogadores virtuais - em holograma, quem sabe -, talvez a equipe fosse mais combativa e competitiva do que tem sido até agora no Campeonato Brasileiro.
Domingo passado, no Barradão, o Palmeiras treinou. Carpegiani, que é cobra criada, fez questão de dizer que aquilo que se viu em campo não foi o que havia sido acertado – e quem viu os treinos sabe que não foi. Seria um caso de mangue tático doloso?
Para enfrentar o Flamengo, Carpê fez aquilo que muita gente dizia para ser feito há muito tempo: se é pra se arrombar na zona com estes jogadores fuleiros, bota os meninos da base no jogo – nada, nada se arromba com garra. E comprometimento.
Coisa que, na Toca do Leão, virou uma característica quase virtual.