O que define se um time é grande?

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  • Miro Palma

Publicado em 5 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A polêmica da semana é a módica lista de apenas quatro clubes considerados “grandes” pelo jornalista Rodrigo Capelo, durante o programa Acabou a Brincadeira, transmitido na última quarta, pelo Sportv. Para Capelo, no Brasil, somente Corinthians, Palmeiras, Flamengo e São Paulo entram nessa categoria. Ainda segundo o jornalista, Grêmio, Internacional, Cruzeiro e Atlético-MG se revezam no lugar de uma quinta força entre os grandes. Já o Fluminense, Vasco, Botafogo, Santos e Bahia foram rebaixados a times menores. Do outro lado do estúdio, o colega Carlos Cereto defendeu que história, tradição, títulos e torcida dimensionam o tamanho de um clube. Uma teoria mais afinada com os comentários de milhares de torcedores e de alguns clubes que pipocaram nas redes sociais. Podemos dizer que a orelha de Capelo coçou bastante nos últimos dias. Especialista em questões econômicas no mundo da bola, o jornalista usou a capacidade financeira como principal argumento. Mas o centro de sua tese é a competitividade. Segundo ele, quanto maior o aporte financeiro, melhores são as contratações e, consequentemente, melhor é o desempenho da equipe dentro de campo. Ou seja, esses quatro times, sendo os mais ricos, são os mais competitivos e, portanto, os maiores.  É importante destacar que Capelo faz um recorte temporal. Ele trabalha com a atualidade, com os desempenhos dos clubes brasileiros nos últimos anos. Seguindo esse recorte, eu até poderia concordar com os argumentos dele, se não fosse a listagem. O que complica essa tese é o São Paulo. O último título relevante do time paulista foi em 2012, a Copa Sul-Americana. Então, se voltarmos à ideia de competitividade nos últimos anos, defendida por Capelo, o São Paulo não deveria estar entre os grandes e, muito menos, na frente de Grêmio, Inter, Cruzeiro e Galo.  O Grêmio, que para o jornalista tem o melhor desempenho atualmente dos quatro que se revezam como “quinta força entre os grandes”, levou uma Copa do Brasil, uma Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e um Campeonato Gaúcho nesses mesmos últimos sete anos.  O Cruzeiro conquistou dois Campeonatos Brasileiros, duas Copas do Brasil e dois Campeonatos Mineiros no mesmo espaço de tempo. Nos últimos sete anos, o Galo levou uma Libertadores, uma Recopa Sul-Americana, uma Copa do Brasil e quatro Campeonatos Mineiros. E o Inter ficou com cinco Campeonatos Gaúchos no mesmo período. Sabe quando foi o último título estadual do São Paulo? Em 2005.  Moral da história: eu #tocomCereto. E não só porque eu acredito que é a história de um clube que o qualifica como grande, mas, também, porque a capacidade financeira não é um determinante nessa questão. Pela lógica, deveria. Porém, vemos ao longo dos anos que não é. É, claro, que as disparidades econômicas cada vez mais acentuadas dos clubes brasileiros - e não só brasileiros - interferem diretamente na competitividade, nas conquistas dos títulos. No entanto, é preciso muito mais do que isso para apagar uma grandeza.

*Miro Palma é subeditor do Esporte é escreve às sextas-feiras**Opiniões e conceitos expressos no texto são de responsabilidade exclusiva do autor