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Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2020 às 20:57
- Atualizado há um ano
Foto: Divulgação Frequentemente me perguntam sobre a ação do professor no pós-pandemia. Naturalmente, colocamos uma série de expectativas sobre a ação desse professor: que ele receba os seus alunos com muito carinho, após esses dias difíceis de distanciamento social; que ele esteja preparado para dar atenção às diferentes reações dos alunos na volta às escolas, advindas das mais diversas consequências deste período, e que não se esqueça de confortar aqueles que preferiam ficar à distância e retornam contrariados à sala de aula; que ele faça um diagnóstico preciso das necessidades individuais e supra as possíveis lacunas de aprendizagem num tempo curto, assegurando, a cada um, o avanço necessário; que ele reorganize as rotinas de todos na escola e, por extensão, seus planos de estudos domiciliares; que ele não se esqueça da educação para o século XXI e das matrizes do ENEM; que reajuste o tempo didático ao cronograma possível das aulas e descubra uma forma nas pedagogias ativas, para compensar e/ou rever o que o aluno não conseguiu atingir em termos de aprendizagem...
Sim, ele sabe de tudo isso e fará, como fez malabarismos cognitivos para descobrir a nova docência em tempos de pandemia. Como fez ao transformar sua casa numa sala de aula, território sem fronteiras, em que trancava o seu animal de estimação na de serviço, alterava rotinas da família e pendurava uma lousa no quarto das crianças, seus filhos. Sim, ele tranquilizará os pais, como fez à distância e continuará a fazer o mapa das aprendizagens como cartógrafo que identifica direções a seguir. Ele sabe o que fazer e fará. Mas não é dele que precisamos falar.
É do profissional que espera o distante reconhecimento de sua profissão na formação de gerações de alunos. É do profissional que resiste, apesar das dificuldades de seu cotidiano e acredita que sempre pode mais, caso contrário não teria se sentado em praças para atender alunos sem acesso à tecnologia, não teria se embrenhado na internet em busca de tutoriais e não teria inventado concursos, passeios virtuais, aulas dadas por hologramas caseiros, unindo tecnologia, criatividade e, sobretudo, compromisso com o aluno, o seu aluno.
Precisamos falar é desse profissional que deve ser lembrado para além dos gestos de carinho. Precisamos é reconhecer seu profissionalismo e incluí-lo na agenda dos gestores públicos e privados para que a qualidade educativa se imponha em nossa cidade e no nosso país, pelas mãos de um profissional cada vez mais empoderado e que, no futuro, tenha formação básica inserida nas prioridades da nação.
Os professores são continentes em que nossos filhos se abrigam e aprendem a construir humanidades. Eles são espelhos em que os alunos se olham e se constituem como sujeitos para enfrentar desafios além, muito além das pandemias.
Sim, eles sabem o que fazer. Apesar de tudo e da pandemia estão prontos para receber seus alunos.
Obrigada, professor!
*Viviane Brito – CEO do Villa Global Education