O que nos espera, Carlos? O que nos aguarda, Clarice?

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  • Kátia Borges

Publicado em 20 de outubro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Uma liberdade sem nome só cede ante o batismo. O que é a vida, antes disso? Devir daquilo que esconde? Riso na boca sem dentes do sol que inaugura as manhãs. Conduzo entre automóveis o Cavalo de Tróia dos sonhos. Há dentro dele o elefante que “fabrico de meus poucos recursos”.

Penso nos meus amigos, nas noites insones, nos riscos. Talvez faça algum sentido deixar ao Destino o batismo do que virá. Adiante! O que será depois disso? Nem mesmo os búzios respondem. Mas nada há de enigma na mão que aperto com força enquanto avançamos juntos, eu e o meu elefante.

O que nos espera, Carlos? O que nos aguarda, Clarice? Talvez seja bem mais simples abandonar-se ao engano, ou forjar um país nos livros e erguer do chão estruturas, como quem reconstrói a casa após uma tempestade. Passa? Passou? Já não vem? Ao devastar tudo em volta, perdeu seu poder de morte?

Enquanto esperamos juntos, em algum abrigo de afetos, reparo que estão mais fortes, os meus amigos insones. São belos seus olhos abertos. Há bilhões de anos se foram as estrelas que vemos hoje. Desajeitado e enorme, qual fosse este elefante, o céu envia lições de expandir universos: essa liberdade sem nome.