O que o Bahia tem a ver com a Copa? A explicação está no Irã

Monitorados pelo tricolor, iranianos estreiam contra o Marrocos nesta sexta (15)

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 15 de junho de 2018 às 03:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Felipe Santana/EC Bahia

O Bahia não teve nenhum jogador convocado para a Copa do Mundo, mas isso não quer dizer que o tricolor não irá contribuir na caminhada da seleção canarinho na busca pelo hexa. Em ação organizada pela CBF, os departamentos de análises dos clubes que disputaram a Série A no ano passado foram convocados para monitorar 27 seleções que estão na Rússia. As sul-americanas Argentina, Uruguai, Peru e Colômbia ficaram fora da lista porque já foram observadas durante as Eliminatórias.

O time de analistas do Bahia ficou responsável por monitorar o Irã, que estreia na Copa nesta sexta-feira (15), às 12h, contra o Marrocos, em São Petersburgo. Asiáticos e africanos estão no grupo B, o mesmo de Portugal e Espanha.

“Pegamos os 13 últimos jogos do Irã para primeiro fazer um trabalho básico: entender a escalação, as principais movimentações dos jogadores, as substituições, para a gente poder ter uma ideia geral do que vem a ser a seleção”, explica Hugo de Assis, analista do Bahia. Jogadores do Irã treinam em São Petersburgo (Foto: Gabriel Bouys/AFP) Os adversários do Brasil na fase de grupos, Suíça, Costa Rica e Sérvia, foram analisados pelos profissionais de Grêmio, Avaí e Sport, respectivamente. Já o Irã dificilmente cruzará o caminho do Brasil. O encontro só pode ocorrer em uma eventual semifinal. 

Treinada pelo português Carlos Queiroz, a seleção iraniana é montada no esquema tático 4-1-4-1.  “O Irã não é uma seleção dotada de talentos técnicos que outras seleções têm. É um time que vai entrar na Copa para participar e tem como principal joia o centroavante Azmoun, que nem é titular absoluto, mas tem um valor de mercado de aproximadamente 9 milhões de euros. Ele joga no futebol da Rússia e pode ser destacado como o principal nome do Irã", explica Hugo de Assis, referindo-se ao jogador de 23 anos, do Rubin Kazan.

O Irã liderou todas as fases das eliminatórias da Ásia e Azmoun foi o artilheiro do time, com 11 gols em 14 jogos. Outro destaque da equipe é o meia-atacante Jahanbakhsh, artilheiro do último Campeonato Holandês pelo AZ Alkmaar. 

Quem analisa? Peça importante na estrutura de futebol do Bahia, o departamento de análise e desempenho conta com quatro analistas e um cinegrafista. Além de analisar jogos e treinos, a equipe tem a missão de monitorar os adversários do Esquadrão na temporada e atletas que podem reforçar o clube.

A estrutura é montada através de plataformas digitais que possibilitam um nível de detalhe maior. “A gente consegue ter acesso tanto aos jogos completos, como também um processo de ‘tagueamento’ feito pela equipe dessa plataforma, o que nos permite acompanhar a marcação de ações do jogo. Isso fornece dentro do próprio sistema as ações individuais de cada jogador. Então, consigo analisar apenas as ações de cabeceio de um atleta específico de um time específico, por exemplo”, explica Hugo. A palavra tagueamento usada por ele vem do termo inglês “tag”, que significa palavra-chave.

O Vitória ficou responsável pela seleção de Senegal, que está no grupo H. Procurado pelo CORREIO, o clube informou inicialmente que não participou do projeto. A CBF confirmou, alegando as trocas do Leão no setor para justificar a falta de contato maior. Depois, o clube emitiu nota afirmando que enviou o relatório à CBF em abril.