O uso de avaliação em sala de aula divide opiniões. Ensina ou não?

Hoje, as provas não são apenas para classificar uma turma ou avaliar

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  • Do Estúdio

Publicado em 25 de agosto de 2018 às 09:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shuuterstock

Quando escutam as palavras avaliação ou prova a reação dos alunos é sempre negativa. No Brasil, as formas de avaliar os jovens nas salas de aula é um assunto polêmico. Na maioria das vezes, as escolas priorizam o modelo tradicional de avaliação – somativo ou classificatório. E consequentemente, essa atitude cria um ambiente competitivo. O resultado são alunos desmotivados e que só estudam em busca de boas notas.

A dúvida que é gerada em torno do processos avaliativos é: se a escola existe para ensinar, de que vale uma avaliação que confirma a deficiência do estudante, mas não mostra para ele formas de como resolver o seu problema? Temida pelos alunos, a prova deixou de ser o único instrumento de avaliação usado pelos professores na educação básica. Contudo, isso não significa que elas devem ser banidas das salas de aula.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, aprovada em 1996, determina que a avaliação seja contínua e acumulativa e que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos, ou seja, os resultados obtidos pelos estudantes ao longo do ano escolar devem ser mais valorizados que a nota da prova final.

A pedagoga Maria Cristina de Oliveira também acredita que a avaliação pode ir da nota. “As avaliações são necessárias, não podemos deixar de avaliar o rendimento dos alunos por meio delas. Os próprios pais cobram por esse resultado. Portanto, é importante usar também outros métodos, como por exemplo o relatório de desenvolvimento individual de cada estudante, que é algo processual”, pontuou. 

Para Maria Cristina os estudantes precisam ser avaliados todos os dias, mas para diminuir a ansiedade dos alunos, algumas atitudes podem ser adotadas pelos educadores. “As escolas devem escolher apenas uma semana de prova. Outra dica é colocar fiscais para tomar conta dos alunos, enquanto eles realizam algum simulado. Desta forma, eles não se sentem tão pressionados”, conclui Oliveira.

É preciso ter em mente que não há certo ou errado, porém existem elementos que melhor se adaptam a cada situação didática. São os professores que serão os responsáveis por escolher o melhor método e adaptá-los não só aos seus objetivos mas também às necessidades de cada turma. O professor deixa de ser aquele transmissor de informações para ser parceiro das crianças e adolescentes. Ele é instrumento para que todos elaborem seu conhecimento.

Segundo a psicóloga Talita Brandão, muitas provas são baseadas apenas na memorização de fórmulas e conteúdo que, na maioria das vezes, não fazem sentido para quem está estudando. “O processo de aprendizagem é único e varia de aluno para aluno, porém as escolas não consideram esse fator. É necessário que as instituições de ensino reflitam sobre o sistema educacional e repensem o sistema de avaliação”, avalia a psicóloga.