O Vitória é reflexo de repetidas ações pautadas por incompetência

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  • Gabriel Galo

Publicado em 5 de novembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Não é por não ter condições de bater o lanterna de um campeonato que até ontem sofria com o disparate de talvez obter a pior campanha da história do Brasileirão. Não é por não ter condições de trocar meia dúzia de passes e não ter qualquer jogada ensaiada. Não é pela falta de noção de posicionamento defensivo de todo um sistema desorganizado. Não é pela displicência de Neilton, nem pela deficiência técnica óbvia de Erick. Não é por ter que escalar Ruan Renato. Nem por ver os passes errados de Yago ou bumba-meu-boi desembestado de Lucas Fernandes. Não é por ter contratado dezenas de laterais e ter que improvisar um zagueiro contestado, que já provou recorrentemente não saber jogar fora de posição. Aliás, qual é a posição de Ramon mesmo? Não é por ter trazido aquele que pode ser considerado o pior jogador a ter vestido a camisa do Vitória em sua história, o tal do Bou, o irmão errado. Não é pela absurda evidência de ter um elenco fora de forma – gordo, ora, sim – como se apresentam, por exemplo, nossos centroavantes, lateral-direito de dito renome, certos volantes... Muitos, enfim. Não é pela sequência inexplicável de técnicos tapa-buraco alçados à condição de salvadores da pátria. Não é por ter se renovado com um técnico que vivia de gritos na beira do campo e de “toca pro Marinho” – sendo que Marinho foi embora – e, ano mais tarde, ter renovado com aquele outro cujo nome não ouso pronunciar, ponto-comum a três anos de flertes com o rebaixamento. Não é por ter torrado dinheiro de adiantamento de televisão em contratações de pernas-de-pau velhos e baleados. Não é por ter tido diretoria do insalubre quilate dos que ocuparam a chefia ou presidentes da laia do que existe de pior em gestão esportiva. Não é por tomar quatro gols de um mal amanhado Botafogo no Barradão. Aliás, nem é por ter transformado o Barradão no salão de festa das visitas. Sequer pode se atribuir àquele patético Ba-Vi de fevereiro, quando a instituição mais que centenária escolheu a pequenez e a infâmia. Não é pelo novo padrão de uniforme que não chega à base, mesmo em novembro. Não é pelas arquibancadas vazias, e ver calados os masoquistas que lá vão carregados de uma vã esperança. Não é pelo desânimo que se abate em toda a equipe, e na torcida, pela certeza da derrota depois de sofrer um primeiro gol. Não é por ter que torcer pela vitória do maior rival contra concorrentes diretos à degola – ah, o desespero! Não é pela resignação que a nação rubro-negra começa a trabalhar previamente, procurando acostumar-se com jogos às terças, sextas e sábados, embora fique atrás da orelha aquela pulga de que ainda dá. Sim, matematicamente, ainda dá. Mas na alma dos empáfios “profissionais” da bola, a toalha está no ringue. Ninguém sabe quem a jogou, mas não há viv’alma que a conteste. Porque a situação lamentável de agora, esta tortura que significa assistir a um jogo do Vitória, o martírio de sentir uma paixão despedaçar o peito, não tem ponto único, não. É uma soma de fatores, de repetidas ações pautadas pela incompetência e por equívocos incontestes. É possível escapar? Sim. Mas não dá para dizer que o apocalipse do rebaixamento não seria merecido. Time que não vence o lanterna dos lanternas, o pior dos piores, o ridículo dos patéticos, deve aceitar o feche de raiva direcionado por uma horda cansada de tantos maus-tratos.Gabriel Galo é escritor

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