O Vitória (e Salvador) precisa do NBB

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  • Miro Palma

Publicado em 9 de maio de 2018 às 05:40

- Atualizado há um ano

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Sempre elogiei a iniciativa da Universo e do Vitória com o time de basquete que leva o nome das duas instituições e foi abraçado por toda a torcida rubro-negra - e até alguns tricolores - e, especialmente, pelos moradores do bairro de Cajazeiras, onde fica localizado o Ginásio Poliesportivo, casa do time no NBB. É muito empolgante ver um clube que tem o futebol como o carro-chefe manter sua tradição em outras modalidades. Ainda mais, em parceria com um centro de ensino.

Melhor ainda foi ver o retorno disso. Além de bons resultados – como o terceiro lugar no NBB de 2016/2017 – e da projeção nacional da sua marca, o projeto ainda ajudou a construir uma comunidade de torcedores de basquete em uma cidade onde esse esporte nunca foi popular. Isso, para mim, é a maior contribuição que essa iniciativa nos trouxe.

E aí, pouco menos de três anos depois, nasceu o impasse: a parceria está beirando o fim. De um lado o Vitória afirma que precisa de patrocínio para cumprir com sua parte financeira no acordo, já que não teria recursos suficientes oriundos do futebol. De outro, a Universo reclama da postura do clube, que não cumpriu com a sua parcela no trato.

Ainda faltam alguns esclarecimentos de ambas as partes, mas o que não pode deixar de ser destacado é a postura do Vitória. A negligência com o time de basquete que carrega o seu escudo no peito é vergonhosa.

Todos nós, sejam os mais entendidos dos meandros do mundo da bola ou os mais leigos, sabemos que uma equipe como o rubro-negro baiano não tem o poderio econômico de um Flamengo ou Corinthians, ainda mais depois da desastrosa gestão anterior, que sacrificou bastante as economias do clube. Mas, a participação do Leão nessa parceria não poderia ser mais confortável.

As dez parcelas de R$ 35 mil apresentadas pelo próprio Vitória como sendo sua cooperação nos recursos do time de basquete – pagamento esse que não foi cumprido – não são nenhuma sangria para um clube do porte do rubro-negro.  Ainda que fosse, esse valor deveria ter sido negociado com a Universo e não jogado para debaixo do tapete. Ou você, caro leitor, resolve não pagar alguma de suas contas e fica por isso mesmo?

Além disso, a Universo reclama de uma certa indiferença do Vitória com o seu representante do basquete ao sequer ceder suas instalações para a concentração dos atletas antes de um jogo importante contra o Minas, válido pelos playoffs. Não me parece um esforço muito grande ceder um espaço para os jogadores e comissão técnica por apenas um dia.

Ou seja, o Vitória não demonstrou nenhuma preocupação com o time que entrava em quadra defendendo o seu nome no NBB. Quando eu pensei que poderíamos comemorar a excelente iniciativa de uma agremiação baiana em olhar para outra modalidade esportiva que não somente o dominante futebol, com um elenco competitivo no campeonato disputado e com uma torcida recém-descoberta que não cansou de apoiá-los, recebo essa rasteira da realidade. Que pena, amigos. Que pena...