O voto dela é secreto, tá?

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  • Flavia Azevedo

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 15:18

- Atualizado há um ano

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Olá, homem que dizia à esposa "você tem que votar no mesmo que eu", num shopping de Salvador, nesta semana. Deixa eu te contar uma coisa: não adiantou nada. Porque ninguém vigia o tempo todo e houve quem seguisse a moça apenas para lembrá-la "seu voto é secreto". Quer saber mais? Ela riu e disse "sim!", cúmplice, com piscadinha. E são tantos casos desde tipo que nem tem como você saber se é da sua coação ou de um outro babaca que eu tô falando aqui.

Não vai adiantar, mozão. Ela pode até, mesmo discordando, colocar o selinho do seu candidato no Facebook e Instagram. Pra você não encher o saco,  ela pode até ir na passeata, ainda que eu não entenda esse tipo de relação. Mas na hora da cabine, vai ser igual a minha amiga que era obrigada a torcer por determinado time, quando tinha outro no coração. Um dia, profundamente distraída, cantou o hino "errado" deixando o marido sem graça, no almoço de família. Porque homem que arrota "tá dominada", vive correndo o risco da contradição.

Éssa é das mais loucas ilusões de poder e eu nem lembrava que existia até esse processo eleitoral dramaticíssimo. Como nos tempos dos nossos avós, teve muita mulher colocada, outra vez, no cabresto. Só que voto não dá recibo pra apresentar a senhor nenhum e é proibido entrar com celular na cabine de votação. E aí, baby? Vigia como? Vai obrigar a moça a cometer um crime pra provar que fez o que você mandou? Não tem como, não. 

Pois se me exigisse um candidato, aí é que seria o outro. Que uma coisa é combinar e outra é tratar mulher como parte do rebanho "lá em casa todo mundo vota em tal". Trairia, só de pirraça. Porque mais importante do que proposta de candidato, é não me permitir ser coadjuvante, pau mandado. É a política do cotidiano e essa, que traz as maiores lições, a gente faz em casa. 

(Quem manda no meu voto sou eu!)