Obra-prima de Alfonso Cuarón, 'Roma' é o melhor filme de 2018

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Hagamenon Brito
  • Hagamenon Brito

Publicado em 24 de dezembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Numa temporada em que Nasce Uma Estrela, de Bradley Cooper, ameaça ganhar todos os prêmios, Alfonso Cuarón, 57 anos, lançou uma pérola cinematográfica que é a primeira produção da Netflix capaz de ser indicada às principais categorias do Oscar (a estatueta de melhor filme estrangeiro já parece estar garantida). Cena comovente do premiado Roma, do mexicano Alfonso Cuarón (Gravidade),  filme produzido pela Netflix e disponível em seu catálogo desde o dia 14  (Foto/Divulgação)  Leão de Ouro no Festival de Veneza e indicado ao Globo de Ouro em três categorias, Roma merece ser visto e revisto como os clássicos de Federico Fellini (1920-1993) e Vittorio De Sica (1901-1974).

Mas, por favor, sem quaisquer comparações com os mestres italianos. Em seu retorno à direção após ganhar o Oscar de melhor diretor com Gravidade (2013), Alfonso Cuarón criou um filme completamente seu.

O cineasta foi fundo na própria infância (chegou mesmo a procurar os móveis que decoravam a casa da sua família para compor os cenários) e tratou Roma (nome do bairro da Cidade do México onde a trama acontece) praticamente como uma autobiografia.

Afinal, a personagem principal é Cleo (a estreante Yalitza Aparicio), uma empregada doméstica de origem indígena inspirada em Libo (a quem o filme é dedicado), Liboria Rodríguez, uma mulher que começou a trabalhar com a família de Cuarón quando ele tinha apenas 9 meses. Alfonso Cuarón dirigindo a estreante Yalitza Aparicio, personagem inspirada numa empregada de sua família na Cidade do México, nos anos 1970 (Foto/Divulgação) Cleo trabalha para Sofia (Marina de Tavira) e Antonio (Fernando Grediaga), um casal burguês com quatro filhos pequenos - entre eles, o próprio  Alfonso Cuarón. Tímida e calada, Cleo assiste ao fim do casamento de Sofia e Antonio ao mesmo tempo que se envolve com um rapaz que a rejeita assim que ela engravida.

A história, quase toda filmada em planos gerais e com ótima fotografia  do próprio Cuarón, enquadra a comoção política mexicana de 1970 e 1971, incluindo o massacre de Corpus Christi, que deixou 120 estudantes mortos e deu origem a uma das sequências mais memoráveis do filme e do cinema mundial nos últimos anos.

Obra-prima que se guarda com carinho, Roma é uma homenagem aos desafios diários das mulheres que sofrem e lutam, muitas vezes sem recompensa ou reconhecimento.

Assista o trailer de Roma

***

SÉRIE CÃES DE BERLIM mostra vários mundos da capital da Alemanha  Série policial da Netflix com dez episódios, Cães de Berlim (Dogs of Berlin) parte do assassinato do craque da Seleção da Alemanha, o turco-alemão Orkan Erdem, na véspera de um grande jogo contra a Turquia, para fazer uma jornada tensa e vibrante por vários mundos e submundos da multicultural capital europeia.

Das apostas esportivas ilegais às vidas de donas de casa da classe média, passando por irmandades neonazistas na antiga Berlim Oriental, máfias teuto-libanesas, a cena gangsta rap e os demônios pessoais dos dois protagonistas, Kurt Grimmer (Felix Kramer, que atuou em Dark), um policial que já foi neonazista, e Erol Birkan (Fahri Yardim), um detetive liberal de origem turca, homossexual e íntegro.

Veja o trailer de Cães de Berlim

***

JOÃO FÊNIX em seu melhor trabalho  Navegando entre a tradição e a modernidade e mais intérprete do que nunca com sua voz e estética andróginas, o recifense João Fênix brilha no seu 5º álbum de estúdio, Minha Boca Não Tem Nome (Biscoito Fino). Produzido por Jaime Alem e Guilherme Kastrup, João interpreta composições de Reginaldo Rossi (a bela Desterro), Caetano Veloso (Falou Amizade), Alberto Continentino & Fernando Temporão, César Lacerda e Carlos Posada, entre outros.

Ouça Desterro

***

UM BOM ROMANCE nos bastidores da TV brasileira em 1970  Habilidoso contador de histórias, o jornalista e escritor carioca Marcus Veras prende a atenção do leitor do início ao fim das 265 páginas do seu segundo romance, Os Últimos Dias em Preto e Branco (Ponteio | R$ 24). Com narrativa ágil e divertida, Veras relata os bastidores da criação da TV Carioca, em 1970, com personagens fictícios e a evocação de personalidades como Flávio Cavalcanti, Erlon Chaves e Claudio Marzo.

* FÉRIAS > A coluna voltará a ser publicada dia 28 de janeiro. Feliz 2019, homeboys e homegirls! A luta continua...