OCDE alerta para risco político no Brasil

Para organização, Brasil precisa implementar reformas estruturais para realizar expectativa de crescimento de 0,7% neste ano e 1,6% em 2018

Publicado em 7 de junho de 2017 às 11:06

- Atualizado há um ano

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) alertou ontem para o aumento do “risco político” no Brasil que pode comprometer a expectativa do órgão de que a economia brasileira cresça 0,7% neste ano e 1,6% em 2018. Para a OCDE, a aprovação de reformas estruturais - que costumam ser retardadas em ambiente de crise política - são essenciais para a recuperação econômica do país. 

"Existe um risco político que tem aumentado nas últimas semanas. É importante para o Brasil implementar as reformas planejadas e que os acontecimentos políticos não alterem este cenário para a recuperação da economia. Se nenhuma das reformas propostas for implementada, a nossa projeção de crescimento do PIB seria menor. Esta previsão considera que pelo menos parte destas reformas serão aplicadas no país", disse Jens Arnold, diretor da OCDE para o Brasil em entrevista ao jornal O Globo. Apesar do alerta, Arrnold afirma, na mesma entrevista, que alguns indicadores apontam para um cenário de retomada da economia no país. "A inflação está baixando, os juros vão continuar descendo, e vemos que a recessão chegou ao fim. É importante também o esforço que o Brasil está fazendo para melhorar as contas fiscais a longo prazo, com a PEC do teto de gastos públicos, a proposta da reforma da Previdência, e também algumas reformas estruturais, como do mercado de trabalho. Mas neste momento ninguém sabe o que vai acontecer, e é importante seguir com este processo".Ainda segundo O Globo, Arnold destacou que o Brasil também precisa estabelecer uma agenda de reformas microeconômicas e estruturais. "Deve-se pensar no desenvolvimento dos mercados de crédito a longo prazo, no qual há muito pouca participação do setor privado, e isso tem a ver com o nefasto papel do setor público nesta área. Outra coisa que deve ser feita é uma reforma tributária, pois o Brasil tem um sistema de impostos indiretos que é ineficiente e provoca muito custo", disse.