Olha pra frente, Daniel Alves!

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  • Elton Serra

Publicado em 13 de maio de 2018 às 05:44

- Atualizado há um ano

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No dia 13 de novembro de 2002, o Bahia entrou em campo para enfrentar o Corinthians na Fonte Nova. Era a penúltima rodada do Campeonato Brasileiro e o tricolor lutava desesperadamente contra o rebaixamento. As equipes empataram por 0x0, e o time comandado por Candinho escapou na rodada seguinte, ao vencer a Portuguesa, por 4x2, em Mogi Mirim. Contra o Corinthians, Daniel Alves se despedia da Fonte com a camisa azul, vermelha e branca.

O garoto de Juazeiro ganhou o mundo após deixar Salvador. Antes de dar adeus ao Bahia, ganhou o Campeonato do Nordeste. No Sevilla, somou duas Copas da Uefa, uma Copa do Rei e duas Supercopas: uma europeia e outra espanhola. Desembarcou no Barcelona e se tornou multicampeão, faturando 23 títulos - deles, três Ligas do Campeões da Uefa. Na Juventus e no PSG, levantou taças, assim como na Seleção Brasileira.

Uma ironia do destino perceber que Daniel ficará fora da Copa de 2018 após se lesionar justamente na partida que lhe tornou o jogador mais vencedor da história do futebol. Uma ruptura no ligamento do joelho tirou a chance do lateral conquistar o maior título de todos. Com 35 anos, provavelmente não terá outra oportunidade.

Depois de rodar o planeta vestindo a amarelinha, Daniel Alves voltou à Fonte Nova em 2013, quando o Brasil enfrentou a Itália pela Copa das Confederações. Quase 11 anos depois, viu um estádio se transformar em arena. O progresso da cidade acompanhou a carreira do menino juazeirense. Ali, ele prometeu voltar outras vezes – e, novamente, vestindo a camisa do Bahia. Reforçou o desejo em 2015, antes da Seleção Brasileira bater o Peru na Fonte. Quem sabe, num novo começo, Dani consiga conquistar outros títulos que ainda não enfeitam a sua abarrotada prateleira.

Posição carente Desde que assumiu a Seleção Brasileira, Tite mostrou que Daniel Alves seria o seu jogador de confiança. O revezamento na lateral-direita só aconteceu no banco de reservas: Fagner, Rafinha e Danilo foram convocados, mas tiveram poucos minutos em campo. A escolha de Tite leva em consideração a alta capacidade técnica de Daniel, mas também escancara o abismo entre o baiano e os demais concorrentes. Senhor Adenor terá dificuldades em escolher o seu substituto. Fagner, do Corinthians, é homem de confiança do técnico canarinho e deve ser convocado, mesmo que não tenha titularidade garantida. Quem briga por outra vaga na lateral são Rafinha, do Bayern de Munique, e Danilo, do Manchester City, jogadores que nos últimos anos passaram pelas mãos de Pep Guardiola, treinador que também serve de referência para Tite. Conta a favor de Rafinha a carreira vencedora, a experiência em participar de um time que domina o futebol alemão, e o fato de conhecer a cultura da atual campeã mundial. Seria minha aposta para a convocação de amanhã. Porém, Danilo, mais jovem, é forte fisicamente e versátil – já jogou como lateral esquerdo e volante nessa temporada.

Independentemente do substituto, Daniel Alves fará falta na Rússia. Um jogador que tecnicamente ainda está entre os melhores do mundo na sua posição. Uma figura de liderança dentro de um grupo que quer superar o trauma do 7x1. Um baiano que iria para sua última Copa antes de voltar ao seu país e, provavelmente, vestir novamente a camisa do clube que o revelou para o planeta.

* Elton Serra é jornalista e escreve aos domingos