Olodum completa 38 anos e firma convênio para digitalização de seu acervo

O convênio foi assinado nesta terça (25) e prevê a transformação de 200 mil documentos em arquivo digital: discos, fantasias, vídeos, teses e fotos

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  • Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2017 às 21:26

- Atualizado há um ano

No dia 25 de abril de 1979, na Rua das Laranjeiras, no Pelourinho, nasceu o bloco afro Olodum. Nesta terça, 25 de abril de 2017, na mesma rua, a instituição comemorou 38 de história com sua arma mais importante, o samba-reggae, e ganhou o melhor presente que um quase quarentão pode ganhar: a preservação da sua história, que será reunida no Centro Digital de Documentação e Memória Olodum (CDMO).

Afinal, neste 38 anos, o Olodum deixou de ser apenas um bloco afro para se tornar uma organização não governamental (ONG), que envolve, além do bloco e da banda, projetos sociais como a Escola Olodum. O grupo já passou por 37 países e aqui mesmo recebeu os astros Paul Simon, em 1990, e Michael Jackson, em 1996, para conhecer de perto o som percussivo que chamou a atenção do mundo para Salvador.O Olodum promoveu desfile pelas ruas do Pelourinho, nesta terça (25), para marcar seus 38 anos de criação e assinou acordo para criação de acervo digital (Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

Entre outras visitas ilustres, o afro recepcionou o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, e esteve em grandes eventos, como a abertura da Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. E o que falar do impacto do álbum Egito Madagascar (no qual foi gravado o clássico Faraó), de todos os temas políticos e históricos desfilados nas ruas de Salvador?

Tudo isso e muito estará reunido no Centro Digital, cujo convênio foi assinado ontem, com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), órgão do governo do estado. A parceria garante a digitalização do acervo do Centro de Documentação e Memória do Olodum. “Temos cerca de 40 mil arquivos guardados aqui, que envolvem fotografias, vídeos, estampas das camisas dos músicos, fantasias de carnaval e também o clipe gravado com Michael Jackson”, enumerou a coordenadora do Olodum, Cristina Calacio. No total, serão investidos R$ 225 mil.

O presidente do Olodum,  João Jorge Rodrigues, completou. “Nos próximos dois anos vamos digitalizar os cerca de 80 mil de documentos sobre o Olodum que estão espalhados pela rede. Temos mestrados e doutorados em inglês, português, francês e árabe, além de vídeos de várias partes do mundo que as pessoas mandam para a gente”, disse. Ainda segundo João Jorge, a estimativa é que, ao final de quatro anos, 200 mil documentos sobre o Olodum estejam digitalizados. De acordo com Cristina Calacio, parte desses documentos será disponibilizada no site do Olodum com livre acesso. “A outra parte ficará disponível apenas para pesquisas”.

Para João Jorge, este é o primeiro passo para a comemoração dos 40 anos do Olodum. “Isso é um passo importante para a memória passada, presente e futura. É como se fosse o embrião da Biblioteca de Alexandria, onde reunimos o conhecimentos não só do Olodum, mas de toda a Bahia e do mundo”.Outra novidade Olodum é o cartão pré-pago com bandeira Mastercard (Foto: Arisson Marinho/CORREIO)