Olympique apoia González, acusado por Neymar: 'Não é racista'

Clube emitiu comunicado em defesa do jogador espanhol

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  • Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2020 às 20:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Franck Fife/AFP

O Olympique de Marselha divulgou, nesta segunda-feira (14), um comunicado em apoio ao zagueiro Álvaro González, acusado de racismo por Neymar. Em nota, a equipe francesa reitera a confiança no jogador espanhol e diz que está à disposição do Comitê Disciplinar da Liga de Futebol Profissional da França (LFP) para a investigação do caso.

"Álvaro González não é racista, ele nos demonstrou isso com seu comportamento diário desde que chegou ao clube, como seus colegas já testemunharam", diz o comunicado.

Segundo o Olympique, o número de telefone do defensor foi divulgado nas redes sociais após a confusão com Neymar e, desde então, ele vem recebendo até ameaça de morte.

"Essa polêmica é séria e já tem sérias consequências. O clube condena veementemente a disseminação do número privado do telefone de Álvaro González e seus parentes na noite passada em redes sociais brasileiras, gerando assédio constante e até ameaças de morte. O Olympique de Marselha é o próprio símbolo antirracista no esporte profissional francês, dada a sua história e que acidade de Marselha, a diversidade das suas arquibancadas e a luta incansável que sempre empreendeu para erradicar este flagelo. Seus jogadores demonstram isso em seu compromisso diário dentro e fora do campo", afirma a nota.

Ídolo da equipe, o meia Dmitri Payet também se manifestou, via redes sociais, mas com provocação. Ele postou uma montagem na qual Álvaro González aparece segurando um cachorro com o rosto do atacante brasileiro.

A confusão entre Neymar e o espanhol aconteceu durante partida realizada no último domingo (13), na vitória por 1x0 do Olympique sobre o Paris Saint-Germain. Ainda no primeiro tempo, o brasileiro foi até o quarto árbitro dizer "racismo não!", como captado pelos microfones. Ele se referia a González, embora não fosse possível saber se o brasileiro era o alvo das ofensas.

O espanhol, por sua vez, falou que recebeu uma cusparada de Di María, que também alegou ter sido ofendido. O zagueiro pediu que o VAR fosse utilizado, mas o o árbitro Jêrome Brissard não puniu ninguém.

No segundo tempo, Neymar voltou a discutir com Álvaro González e deu um tapa na cabeça do espanhol. A arbitragem viu o lance e expulsou o brasileiro. Ele saiu irritado e, mais uma vez, acusando o defensor de racismo.

Ainda no domingo (13), depois da partida, Ney foi às redes sociais e disse que o zagueiro o teria xingado de "macaco filho da p...". Ele também escreveu que seu único arrependimento era "por não ter dado na cara desse babaca". Nesta segunda-feira (14), o atacante voltou a desabafar, mas, dessa vez, em tom mais pacífico.

Segundo a rádio RMC, a Ligue 1 abriu uma investigação sobre o caso, e o comitê disciplinar da Liga de Futebol Profissional (LFP) da França decidirá sobre as sanções. Neymar pode ser suspenso por até sete partidas por agressão, enquanto González pode pegar até 10 jogos de gancho.

Emissora responsável pela transmissão do duelo, a Télefoot afirmou que não encontrou insultos racistas nas imagens disponíveis do jogo. Segundo a TV, é possível identificar ofensas de Álvaro ao brasileiro, mas sem conteúdo racista. A empresa disse que entregou todas as imagens à Ligue 1.