Onze ônibus já foram incendiados em Salvador este ano, diz prefeitura

Cada veículo, que não é reposto imediatamente, custa cerca de R$ 260 mil; desde 2015, são 85 veículos queimados

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  • Perla Ribeiro

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 03:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/Arquivo CORREIO

Os ataques a dois ônibus da frota urbana de Salvador durante ações criminosas, na noite de segunda-feira (28), nos bairros do IAPI e Calçada, fez subir para 11 o número de veículos queimados na cidade desde o início do ano. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) investiga se as investidas foram, como na maioria dos casos anteriores, uma represália à morte de traficantes.

De acordo com a assessoria de comunicação do Consórcio Integra, isso representa um prejuízo de quase R$ 3 milhões para as empresas de ônibus, já que cada veículo custa, em média, R$ 260 mil.

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O prejuízo, no entanto, acaba sendo repassado para a população, já que, muitas vezes, há demora para o veículo ser reposto - a linha fica, literalmente, desfalcada. Além disso, as perdas entram na conta das empresas, na hora de discutir os reajustes das tarifas, como explica a prefeitura.

De acordo com o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Fábio Mota, a conta das perdas, na verdade, chega a ser um pouco maior, afinal, os 11 ônibus citados são apenas do Consórcio Integra. Quando se inclui outros veículos da frota urbana, como os micro-ônibus do sistema complementar, além de um veículo pertencente a um vereador, o número sobe para 16."De 2015 pra cá já foram 85. Isso é horrível para o sistema, porque há uma descontinuidade do serviço até repor o ônibus e a população que sofre com isso, com esse tempo de espera para repor. E ainda corre o risco de ser substituído por um ônibus da frota reserva, que reúne os ônibus mais velhos", ilustra o secretário.Ainda de acordo com Fábio Mota, o Sindicato dos Rodoviários enviou um ofício à pasta comunicando que a categoria não se sentia segura para rodar nos finais de linha das áreas onde os ônibus foram queimados, o que prejudica de forma direta os usuários do serviço de transporte nessas áreas.

Para tentar evitar que a população seja prejudicada, é previsto que a alteração no itinerário das linhas resulte em multas às empresas. No entanto, em casos como esses, em que é a falta de segurança que compromete a oferta do serviço, a Semob reconsidera.

"A gente autua as empresas, mas elas enviam documentos comprovando que houve queima de ônibus e que a segurança estava comprometida, e a gente não multa nessas situações", conclui Mota.