Orgulho da Bahia, polo faz 40 anos: mas é hora de se reinventar

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  • Armando Avena

Publicado em 22 de junho de 2018 às 15:01

- Atualizado há um ano

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O Polo Industrial de Camaçari completa 40 anos no próximo dia 29 e é um orgulho de toda Bahia. É um dos maiores e mais diversificados distritos industriais do mundo e tem perspectivas de crescimento no futuro. Mas para que isso se concretize é urgente que, junto com as comemorações, o Polo enfrente seus desafios, pois se não o fizer continuará a perder competitividade,  afetando toda a economia baiana. Para não continuar a perder competitividade, o Polo precisa investir em quatro  pontos, conforme atestam vários diagnósticos disponíveis: infraestrutura, adensamento da cadeia de produção, redução de custos e tecnologia.

 Em relação à infraestrutura, a questão rodoviária foi equacionada, mas a questão ferroviária e principalmente portuária se arrasta há anos sem que haja solução à vista. O Porto de Aratu, principal porto de escoamento do Polo e da Bahia,  é o mesmo de 20 anos atrás, com seus terminais de granéis sólidos, gasosos e líquidos e suas estruturas de acesso, aquaviária, rodoviária, ferroviária e dutoviária demandando modernização urgente. 

Nesses 20 anos, Pernambuco construiu um porto novo, o Porto de Pecém, que hoje é o maior do Nordeste, enquanto na Bahia entra governo e sai governo e nosso maior porto beira a obsolescência. O outro desafio é a lentidão no adensamento das cadeias produtivas do Polo, dificultada pela logística quase obsoleta, mas também pela  distância aos mercados e aos fornecedores.

 Infelizmente, na Bahia não há política industrial de longo prazo, apenas ações pontuais. Algumas dessas ações representaram avanços importantes – a exemplo da atração do Complexo Acrílico da Basf e da criação da cadeia de produção de equipamentos de energia eólica –, mas carecem de continuidade e planejamento. 

A cadeia acrílica atraiu apenas uma empresa de porte,  a Kimberly-Clark, e a cadeia eólica tem problemas para equacionar seus cronogramas por conta das características dos leilões que ampliam áreas para exploração. A verdade é que  falta política industrial e sobram apostas erradas. O adensamento da cadeia automobilística, por exemplo, cuja  promessa de construção de novas fábricas – como a  JAC Motors e a Foton – consumiu milhões em incentivos e arrastou-se durante quase 10 anos, sem que uma pedra fosse levantada. Em tempo muito menor, Pernambuco implantou a Fiat Chrysler, uma das empresas mais modernas do mundo.  

Na área petroquímica, a tão esperada construção da fábrica da alemã Styrolution, tampouco vingou e os problemas da Fafen são conhecidos. São apenas alguns exemplos, mas o fato é que, 40 anos após sua implantção, o Polo continua sendo palco de turismo molecular, ou seja, insumos produzidos aqui que viajam para São Paulo e voltam como produto final, gerando emprego lá.  Nas comemorações dos 40 anos, será anunciado mais um infalível plano de adensamento da cadeia produtiva, que novamente ficará no papel. Infelizmente, no mundo moderno, não são estudos acadêmicos, nem burocratas e suas longíssimas viagens ao exterior que atraem investimentos. Isso se faz com empresas especializadas em juntar interesses empresariais comuns, tendo o governo como catalisador. 

A verdade  é que, no que se refere à logística e ao adensamento de cadeias, o Polo Industrial de Camaçari tem pouco o que comemorar.  E, como se não bastasse, o preço do gás natural e os custos com energia elétrica ainda são muito altos e reduzem a competitividade do distrito. 

Há alguns avanços: as práticas sustentáveis com relação ao reuso de água e exploração de águas subterrâneas e a redução de custos com a matriz energética estão se ampliando. E na área de inovação e tecnologia, a construção do novo Cimatec Industrial acende uma luz no campeonato da modernização. Mas o Polo precisa muito mais, precisa se reinventar e encarar o desafio da modernidade.

O futuro de Lídice

O caminho que a senadora Lídice da Matta vai tomar nas próximas eleições tornou-se a grande incógnita nesta fase de composição das chapas. Já se sabe que ela não terá lugar na chapa do governador Rui Costa e que, dificilmente, romperia com o governo para sair candidata na chapa da oposição. Então, sobrariam duas alternativas: a suplência de senador na vaga de Jaques Wagner ou a candidatura a deputado federal. 

A primeira hipótese tira Lídice do cenário político nacional, a não ser que o candidato do PT ou um seu aliado ganhe a Presidência e chame Wagner para a sua equipe. Na segunda, como será muito difícil o PSB eleger três deputados –  Marcelo Nilo, Bebeto Galvão e a própria Lídice – um deles teria de ir para o sacrifício da suplência. 

A hipótese da senadora optar por uma terceira via, se vingasse a aliança entre Ciro Gomes e o PSB, poderia também ser avaliada, mas traz riscos. Resta então as compensações que o governo Rui Costa poderá dar, ou a garantia de eleição dos três  deputados.

O PLANSERV e a AMB A AMB – Associação Baiana de Medicina e 12 sociedades de especialidades médicas encaminharam carta à coordenadora do Planserv , Cristina Cardoso, com cópia para o governador Rui Costa e para o Ministério Público afirmando que a política de “teto máximo orçamentário” nas despesas mensais adotada pelo plano estaria limitando os serviços médicos prestados e comprometendo a qualidade do atendimento médico. 

A carta, assinada pelo presidente da AMB, Robson de Freitas Moura, foi divulgada com exclusividade pelo portal Bahia Econômica e diz textualmente: “A restrição do número de consultas, exames complementares e cirurgias impostas pelo plano têm o potencial de trazer transtornos à população e compromete a qualidade da assistência prestada”. O Planserv emitiu nota a respeito e  defendeu a política de “teto máximo orçamentário”,  como forma de preservar o equilíbrio e a saúde financeira do plano,  contestando a carta enviada pela AMB que alega que a política está diminuindo a qualidade do serviço. 

A questão precisa ser melhor analisada, afinal, se é correto estabelecer controles ao plano, não é trivial a manifestação contrária à política adotada pelo Planserv por uma associação do porte da AMB, apoiada por 12 sociedades de especialidades médicas, especialmente quando são constantes as reclamações dos servidores em relação à dificuldade de marcar consultas e até de realizar exames.

O Planserv e os custos O grande problema do sistema de cotas implantado pelo Planserv, pois é esse o nome adequado, é que  simplesmente passou para cada credenciado, cada clínica ou hospital, a função de reduzir os atendimentos, estabelecendo  um limite de faturamento mensal preestabelecido, quando o  correto seria implantar um sistema de auditagem por amostragem que avaliasse a efetiva necessidade dos atendimentos, evitando cortar de forma linear. 

O Planserv é uma conquista do servidor público e não pode estar sujeito a sistemas de controles de custos típicos de supermercados e de lojas de material de construção e que não levam em conta a necessidade dos servidores, até porque o plano tem a grande vantagem de ter inadimplência zero.