Orquestra Museofônica faz aula pública com instrumentos indígenas na estação de metrô Pirajá

A ação faz parte de um projeto da CCR Metrô em conjunto com o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac)

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  • Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2017 às 19:39

- Atualizado há um ano

Quem passou pela estação de metrô Pirajá no fim da tarde de ontem, encontrou uma coisa diferente. A Orquestra Museofônica apresentou uma aula pública com instrumentos, danças e músicas indígenas para celebrar o Dia do Índio, comemorado nesta quarta-feira, 19 de abril.

“Isso aqui é uma aula onde não só apresentamos a história desses instrumentos, como também convidamos o público para dançar, tocar e cantar as músicas indígenas”, afirmou a etnomusicóloga Emília Biancardi, que é professora do grupo.Músicos ofereceram uma aula pública na estação de metrô Pirajá (Foto: Arisson Marinho/CORREIO)A Orquestra tocou instrumentos de sopro, corda e percussão como Chocalhos Maracás, usados nos rituais de plantação dos povos indígenas; Buzinas, utilizadas para a comunicação; e as Máscaras que tocam, utilizadas em cerimônias para representar a mitologia indígena.

Quem usava uma dessas máscaras era Yara Chamusca, 55, que está na Orquestra desde o seu início, em 2012. “O instrumento que toco é o Tipiti, junto com a mascára da Mãe do Vento. Esse é um tipo de instrumento que preciso do corpo todo para tocar”, conta ela. O Tipiti é composto por duas alças que ligam os pés e as mãos e conforme a pessoa se movimenta, os chocalhos presos nas alças balançam e formam o som. “Eu acho fantástica essa ação no metrô. Nesse contato com a população, mostramos onde tudo começou, é um resgate cultural importante que precisamos fazer”, completou.Yara Chamusca toca o instrumento Tipiti e usa a máscara da Mãe do Vento (Foto: Arrison Marinho/CORREIO)O casal Cleide Torres, 39, e Ricardo Ribeiro, 38, passavam pelo metrô e pararam para assistir e participar da apresentação. “Não esperava passar pelo metrô hoje e encontrar um som como esse, é algo que não estamos acostumados a ouvir”, disse Ricardo. “Quando estávamos saindo da estação, eu escutei este som e parei, me emocionou muito. Ouvimos muita MPB e isso é completamente diferente”, pontuou Cleide. Ambos são deficientes visuais e estão juntos há quatro meses. (Foto: Arrison Marinho/CORREIO)Este tipo de ação é uma parceria da CCR Metrô com o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac). Segundo Fátima Soledade, responsável pelo Núcleo de Articulação da Diretoria de Museus, essa parceria acontece desde o ano passado e prevê o acontecimento de atividades como esta o ano inteiro, uma vez por mês.

“Além desta atividade, outras iniciativas foram realizadas, como Oficina de Turbantes no Novembro Negro, Oficinas de Máscaras do Carnaval de Maragogipe e, a mais recente, mostra itinerante ‘Salvador 468 anos: Uma Viagem no Tempo’. Todas foram realizadas nas estações do Metrô, promovendo mais participação da população em atividades culturais”, afirmou ela.