Orquestra Sinfônica da Bahia e Balé Teatro Castro Alves, juntos em nova montagem

Releitura de 'A História do Soldado', abre discussão sobre o lugar do artista no mundo de hoje

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  • Fernanda Meneses

Publicado em 19 de julho de 2019 às 05:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/Aline Valadares

Composição do russo, Igor Stravinsky, sobre a obra do suíço Charles-Ferdinand Ramuz, ‘A História do Soldado’, ganha releitura numa grande apresentação conjunta do Balé Teatro Castro Alves e Orquestra Sinfônica da Bahia, neste sábado (20) e domingo (21), na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, às 20h.

Depois de oito anos da primeira apresentação conjunta do BTCA e OSBA, os dois corpos artísticos da Bahia, voltam a trabalhar juntos numa releitura dramática que comemora o primeiro aniversário da Nova Sala do Coro do TCA.

Com texto e direção de Wanderley Meira, coreografia de Jorge Silva e regência de Eduardo Torres, o espetáculo mantém viva a versão original da composição da música, mas traz a história do soldado que vende seu violino ao diabo, para o contexto atual e abre uma discussão sobre o lugar e as dificuldades do artista hoje. “A gente tem muitas alegrias, mas temos muitas dificuldades. Cada espetáculo é uma travessia que você não sabe o que está na outra margem”, explica Wanderley sobre o que é ser artista no mundo de hoje. A História do Soldado ganha releitura  (Foto: Divulgação/Aline Valadares) O diretor  conta que o objetivo da montagem é fazer uma reflexão sobre a autoria das nossas escolhas e as consequências delas. Essa reflexão é dada a partir do soldado que no espetáculo, é o artista. “A história do soldado é o artista falando de si, dos desafios de se manter inteiro com sua alma de artista atravessando os diabos que estão dentro de si e no mundo”, reitera.  

Para Carlos Prazeres, diretor artístico da OSBA, o coração do Teatro  é formado por dois corpos estáveis que são a OSBA e o BTCA e com o intuito de juntar novamente esses dois corpos, que se uniram pela primeira vez, com Pedro e o Lobo, a Orquestra convidou o Balé para reafirma e solidificar essa união. “Se ‘Pedro e o Lobo’, de Prokofiev, já provou o quão longe esta parceria pode chegar, ‘A História do Soldado’, de Stravinsky, vem para reafirmar e solidificar esta união, que deve ser celebrada a cada segundo”, afirma Carlos.

Convidado para assinar a coreografia, Jorge Silva, espera ser surpreendido sobre a reação do público. Usando a dança afro, Jorge tentou trazer a dança para uma linguagem baiana, usando alguns elementos como o candomblé.

*Com orientação da editora Ana Cristina Pereira