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Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2018 às 05:00
- Atualizado há um ano
Nas arquibancadas do Barradão, nos campos de treino da Toca do Leão, nas vielas de Canabrava e em qualquer canto da cidade onde exista um torcedor rubro-negro, há um insondável mistério que paira há meses: por que Vagner Mancini ainda é treinador do Vitória?
Concretamente, apenas o presidente Ricardo David pode dar uma resposta objetiva a esta pergunta. Acontece que o mandatário, tão afeito aos microfones para pedir voto, fazer promessas jamais cumpridas e apresentar jogadores, entoca-se em algum bunker nos momentos em que deveria dar a cara a tapa. Assim, sumido, deixa todos livres para criarem uma quase certeza que se cristaliza a cada dia: o Vitória, na verdade, não tem comando – ou até tem, mas não é do presidente votado pela torcida.
Se Ricardo David não tem coragem de aparecer para explicar por que não demite Mancini, mesmo com o futebol de bando que o Vitória apresenta desde o início do ano, quem está do lado de fora pode apenas entrar no exercício imaginativo.
Há quem fale que o entrave é a multa, herança maldita deixada por dirigentes que já foram embora. Há quem diga que Mancini vai entregar todo o bastidor daquele vexame no Ba-Vi de fevereiro. E há também quem aponte que Mancini é mantido no cargo graças à relação fraternal surgida entre gestor e treinador. A hipótese verdadeira pode ser uma dessas ou qualquer outra, mas, seja lá qual for a justificativa, todas são ruins para o Vitória.
A bolinha rubro-negra já se apresentava assim, no diminutivo mesmo, bem antes da Copa do Mundo, mas havia sempre no ar a desculpa esfarrapada de que, na parada para o Mundial, reforços chegariam e Mancini ajeitaria o time. Logo na partida de retorno, contra o Paraná, ficou nítido que foram quase 40 dias perdidos. E nada mais que isso.
Veio o clássico e o atropelo do Bahia, que não deu mais porque não quis. O tricolor tem essa bola toda? Claro que não, mas as escolhas de Vagner Mancini foram inexplicáveis, para dizer o mínimo, e o que se viu foi um Vitória sem pé nem cabeça, dentro e fora de campo.
Diante do Sport, mais um desempenho coletivo ridículo, que não pode ser camuflado pelo triunfo. No Barradão, o Vitória fez um gol aos 15 minutos do segundo tempo e depois passou mais de 30 minutos sem conseguir ter a bola por 15 segundos sequer. É isso mesmo: nem 15 segundos. Isso não é prova de uma equipe mal treinada?
Se não estivesse suspenso, Mancini possivelmente diria na entrevista pós-jogo (como já disse outras vezes) que o Vitória “soube sofrer”, o que não encontra qualquer nexo na realidade de um time que, na verdade, foi salvo pelo goleiro.
Ah, e por falar em goleiro, eis que de uma hora pra outra mais um garoto da base vira titular. Ronaldo é novo e, claro, pode cometer falhas, mas é apontado há muito tempo, por muita gente, como o melhor arqueiro do elenco. Pelo visto, só quem manda no Vitória não sabia, então trouxeram um reserva da Chapecoense como pretensa solução.
Esta é a deixa perfeita para voltar a fazer uma pergunta já feita em outras colunas e que, ora bolas, também já virou um grande mistério: existe comando na Toca do Leão?