Os títulos que faltam

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  • Clara Albuquerque

Publicado em 1 de maio de 2018 às 05:01

- Atualizado há um ano

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Dia desses, o técnico português José Mourinho foi perguntado se preferia ganhar a Premier League ou a Liga dos Campeões, após Pep Guardiola, campeão inglês, ter dito que preferia o torneio da terra da Inglaterra. Sua resposta foi genial: “Quando eu ganho a Champions, digo que ela é a mais importante. Quando eu ganho o campeonato, digo que ele é o mais importante. Quando não ganho nada, digo que ganhar não importa”. Esta última opção era a resposta de um dos principais jogadores da Seleção Brasileira. Era. Desde o último domingo, no entanto, a vida de Philippe Coutinho mudou, e ele pode, finalmente, dizer que é campeão. 

No time titular de Tite, imaginando Willian tirando uma vaga do meio de campo, que seria de Renato Augusto, teríamos: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Casemiro; Paulinho e Philippe Coutinho; Willian, Neymar e Gabriel Jesus. Nesse cenário, apenas o goleiro brasileiro não tem um título de expressão, como um Campeonato Brasileiro, uma Libertadores ou algum campeonato europeu. Alisson, no entanto, até pela posição, nunca teve o patamar de Coutinho na Seleção Brasileira. Os dois têm a mesma idade (25 anos), mas o carioca tem um status de craque que o companheiro “sem-títulos” nunca alcançou, mesmo tendo uma prateleira esvaziada de troféus.

Na verdade, Coutinho tem alguns troféus pela metade. O primeiro deles é o da Série B com o Vasco em 2009. Atuou em apenas 12 partidas e, vamos combinar, era o campeonato de acesso à elite do futebol brasileiro. No seu segundo “quase-título”, uma Coppa Italia pela Internazionale, não atuou em nenhuma partida. Pelo Liverpool, não teve nenhum título. Agora, no Barcelona, as coisas começaram a mudar. Ainda que Coutinho tenha chegado no meio da temporada, os dois títulos com o time catalão (Copa do Rey e Campeonato Espanhol) têm um gostinho especial. Podem até ser, mais uma vez, meio pela metade, mas são os primeiros de onde Coutinho deve começar de verdade a preencher a estante. 

A troca da Inglaterra pela Espanha, ao meu ver, não foi no melhor momento. O brasileiro ficou fora da Liga do Campeões, pois já tinha atuado na competição pelo Liverpool, e corria o risco de ter uma adaptação complicada, aumentando os jogos no banco de reservas à véspera de uma Copa do Mundo. O engraçado é que, em Barcelona, esse cenário nunca foi muito manchetado, talvez pela ansiedade do clube catalão de contar com o jogador. Não foi o pior dos casos, mas também não colocou Coutinho, ainda, no patamar onde ele pode estar. O que deve mudar consideravelmente na temporada que vem, com a saída, já anunciada do ídolo e lenda Iniesta. Coutinho deve colocar as mãos, enfim, num troféu por inteiro. Isso se não garantir, antes, um exemplar com a Seleção Brasileira. 

Às claras Dos titulares de Tite imaginados acima, Alisson, Marcelo e Casemiro entram em campo hoje e amanhã nas semifinais da Liga dos Campeões. Os dois jogadores do Real Madrid ostentam uma lista extensa e significativa de títulos e, com o resultado do primeiro jogo (vitória por 2x1 na casa do Bayern de Munique), estão ainda mais perto de brigar por outro título. Já Alisson, tem tarefa complicadíssima com a Roma (reverter um 5x2 sofrido em Anfield pro Liverpool) e deve ter a chance de garantir seu primeiro grande troféu (e que troféu!) apenas na Copa do Mundo.

Clara Albuquerque é jornalista e correspondente na Europa