Osba e BaianaSystem fazem encontro histórico na Concha Acústica

Banda e orquestra promovem o Concerto da Independência, nesta terça (2)

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  • Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2019 às 06:20

- Atualizado há um ano

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A Orquestra Sinfônica da Bahia junto com a BaianaSystem em um encontro memorável para celebrar um importante marco na história do Brasil: a independência do país na Bahia. Essa é a tônica do Concerto da Independência, que acontece nesta terça, dia 2 de Julho, na Concha Acústica do TCA. Uma série de confluências que tornam o evento imperdível. "É realmente uma joia fazer isso nesse momento. Se tornou um grande presente", agradece o maestro Carlos Prazeres, um dos primeiros a pensar na junção entre a orquestra e a banda.

O desejo surgiu em 2012, quando viu um show da BaianaSystem pela primeira vez. "Percebi que a música deles tinha um viés que poderia ser colocado no plano sinfônico. Outras bandas populares que gosto muito não dão essa possibilidade, mas a Baiana tem um quê de rock progressivo, muitas insrerções de planos sonoros instrumentais, harmonias diferenciadas, o que facilita uma junção com o plano sinfônico", comenta Prazeres, que adiou o sonho (e o convite à banda) para primeiro fortalecer a própria Osba, hoje um das orquestras mais interessantes do país.

Enquanto isso, o vislumbre do maestro era posto em prática pela BaianaSystem com outros parceiros, como o instrumentista Jean Marques, da própria Osba, e os também maestros Letieres Leite, da Orquestra Rumpilezz, e Ubiratan Marques, da Orquestra Afrosinfônica. Com o último, chegaram a compor a Sinfonia do Fogo, presente no álbum O Futuro Não Demora, lançado em fevereiro. "Tínhamos quatro movimentos da sinfonia escritos, e depois lançamos as músicas, Água e Fogo, que foram para o disco. O plano sinfônico também foi incorporado nos shows", explica o guitarrista Roberto Barreto.  (Foto: Divulgação) Foi mais ou menos nessa época que as conversas com a Osba voltaram a ganhar fôlego. O plano era fazer um concerto em homenagem aos 470 anos de Salvador, comemorados no último dia 29 de março, mas não foi possível conciliar a agenda. Jogaram a ideia mais para frente, e vislumbraram o 2 de Julho como uma data possível e ainda mais simbólica para o encontro, que promoverá o diálogo entre a música de concerto e as batidas eletrônicas, o soundsystem e a guitarra baiana.

"O simbolismo da data nos motivou ainda mais a fazer, por causa de toda ligação que tivemos com Itaparica. Apresentamos O Futuro Não Demora na Independencia de Itaparica, no dia 7 de janeiro, e esssas são datas muito ligadas historicamente. Além disso, nossa música, Capim-Guiné, remete à imagem do caboclo. Fizemos um esforço de entender essa história, essa ancestralidade, sobretudo nesses último trabalho", diz Roberto Barreto.

Quem for no concerto, no entanto, não pode esperar um show da BaianaSystem com acompanhamento de orquestra." O que a gente propõe é um experiencia sensorial unindo uma banda de música popular com uma orquestra sinfônica. Quem for vai ouvir trechos de músicas de um comporistor que elegi como a cara do BaianaSystem, Ludwig van Beethoven, um trangressor, um revolucionário, cuja música é atual até hoje. Faremos isso da forma mais purista, mas dialogando com a música do Baiana, de modo que a Osba seja protagonista também", detalha Prazeres, ao prometer uma experiência sensorial única.

A apresentação mergulha num repertório composto por canções dos últimos dois discos do BaianaSystem: Duas Cidades e O Futuro Não Demora, além de outras surpresas que irão surgir naturalmente da potência criativa que esse encontro provocará, como a excução da  missa solemnis e das nona e sétima sinfonias.

Destaque também para o endereço que receberá o encontro, a Concha Acústica do TCA, localizada bem próximo à praça do Campo Grande, onde está instalado o monumento do Caboclo, em homenagem ao 2 de Julho. "A concha transpassa a Bahia, é um grande símbolo cultural brasileiro. Na opinião de todos os artistas que já tiveram a oportunidade de se apresentar aqui, proporciona uma experiência sensorial única, além de ser muito acolhedora", explica Prazeres.

Íntima também tem sido a relação entre a Osba e Baiana durante os ensaios. Foram quatro, e desde o primeiro o entrosamento era total, reflexo das afinidades entre todos os músicos. "O primeiro dia foi incrível, surpreendente. São dez músicas no roteiro, e conseguimos tocar todas, quando pensávamos que só conseguiriamos passar quatro. A expectativa está muito grande, acho que a da gente é até maior que do público.Vai ser um experiência rápida e intensa, além de histórica", antecipa o guitarrista.

Serviço: Terça (2), às 19h. Ingressos: R$ 80 | R$ 40. Vendas na bilheteria do TCA, no site ingressorapido.com, e nos SACs dos shoppings Barra e Bela Vista