Pacientes engajados no empoderamento do diabético

No Brasil, 13 milhões de pessoas convivem com a doença

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  • Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2018 às 14:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Todo mundo conhece alguém próximo que tenha diabetes. E esse número só faz crescer. Hoje, no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população. Amanhã (07.04), é comemorado o Dia Mundial da Saúde, data instituída com o objetivo de ressaltar a importância da prevenção e os cuidados com a saúde para uma melhor qualidade de vida.

O diabetes é causador de cegueira, falência renal, problemas cardíacos, derrames e amputações. E segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevalência da doença entre adultos acima de 18 anos dobrou entre 1980 e 2014 – alcançando 422 milhões de pessoas. O diagnóstico é demorado, o que favorece o aparecimento de mais complicações.

Mas sabia que você pode aprender a conviver bem com a doença e transformá-la em mais um motivo para cuidar da saúde? O diabetes afeta a forma como o organismo metaboliza a glicose, açúcar e amido, principal fonte energia do corpo, mas também dificulta o metabolismo de gorduras e proteínas. Como qualquer doença crônica, ela necessita de tratamento e acompanhamento clínico e nutricional. A chave do tratamento é o planejamento alimentar com objetivo de controlar o peso, os níveis de glicose e colesterol sanguíneos.

Aprender a conviver com a doença foi o caminho que o empresário Fred Prado encontrou. Há nove anos, ele descobriu que era portador do diabete tipo 1.  Hoje, o empresário é ativista da causa e ajuda a empoderar outras pessoas que convivem com a doença mas que ainda sofrem com o processo de negação ou que passam por recaídas durante o tratamento.

“Sempre digo que a diabete é um estilo de vida. É preciso ter disciplina, cuidado com o que come, cuidar do psicológico e praticar atividade física. Ela acaba antecipado para as pessoas alguns cuidados que elas só passariam a ter quando chegassem nos 40 anos. Só que quem leva esse estilo de vida desde novo, ou seja, na fase que a maioria das pessoas descobrem a doença, acaba tendo uma vida bem melhor”, defende Prado. 

Fred também é fundador do Instagram “Vida de Diabético”, que atualmente possui 15 mil seguidores. Na rede social, ele posta sua rotina de exercícios físicos e quebra o mito de que o diabético não pode ter uma vida saudável. Na “Máfia da Insulina”, que possui 6 mil seguidores, ele incentiva seguidores a também mostrarem que levam uma vida normal após o diagnóstico. Fred ainda tem energia para liderar o projeto “Papo de Diabético”, que já existe há um ano de tem o objetivo de ajudar outras pessoas a melhorar seu tratamento.

“Fui o primeiro a falar sobre esse assunto no Instagram. Por causa dessas páginas e do projeto, viajo duas vezes no mês para outras capitais e acabei me tornando um ativista. Sou convidado para várias reuniões e eventos que falam sobre os direitos do diabéticos”, conta.

Fred descobriu a doença quando era novo, mas nunca deixou se abalar por isso. “Eu lidei muito bem com o diagnóstico, mas entendo que muita gente não tem a mesma capacidade. É normal passar pelo processo de negação e não aceitar no início. Mas é preciso entender que podemos conviver muito bem com o diabetes e que podemos tirar muitas lições positivas disso”, finaliza.

Os especialistas confirmam que os portadores de Diabetes podem manter uma rotina normal, desde que cuidem da alimentação. “Eles podem comer produtos de diversos grupos alimentares, como carnes, leguminosas – feijões, ervilhas e grão de bico – frutas e verduras. Alimentos industrializados devem ser evitados, principalmente os ultraprocessados, como biscoitos, salgadinhos e refrigerantes”, explica Flávia Ramos nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade São Salvador.

Neste contexto, o nutricionista participa do tratamento e propõe estratégias de orientação nutricional e plano alimentar individualizado para controle das complicações clínicas e nutricionais. Ele promove também uma melhor aceitação e adesão à dieta. A alimentação deve ser balanceada e fracionada, contendo alimentos com características bioquímicas que auxiliem no metabolismo da glicose, sem restrições abusivas.

A nutricionista também alertou para a necessidade de procurar um especialista. “A reeducação alimentar é processual e cada pessoa tem um nível diferente da doença. Por isso, é tão importante o acompanhamento de um especialista para conduzir esse processo. O nutricionista poderá definir metas como manutenção ou obtenção do peso saudável, além de realizar avaliações contínuas nas mudanças de estilo de vida da pessoa”, explica.

Diabetes no Brasil O avanço do diabetes no Brasil pode fazer com que os custos diretos e indiretos com a doença dobrem até 2030. É o que aponta uma pesquisa da universidade britânica King's College, em parceria com a Universidade de Gottingen (Alemanha).

O estudo levantou dados de 180 países e levou em conta tanto despesas com tratamento médico, quanto os impactos na atividade econômica decorrentes da perda de produtividade de trabalhadores. Segundo o levantamento, os gastos do Brasil foram de US$ 57,7 bilhões de dólares, podendo subir para US$497 bilhões até 2030.

Porque o nutricionista é tão importante? Um das hipóteses para o avanço da doença é o sobrepeso da população. Dados do Ministério da Saúde, de 2016, informam que 20% dos brasileiros sofrem de obesidade. E isso está associado ao consumo excessivo de comidas pouco saudáveis, como fast-food e alimentos industrializados.

Para manter sempre em dia e uma dieta saudável, o nutricionista tem um papel fundamental. Como o profissional estuda os alimentos e entende suas características e funcionalidades orgânicas, ele auxilia na composição das receitas e no seu consumo.

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