Palmeiras será 8º brasileiro na final do Mundial de Clubes; lista

Alviverde disputará título contra o vencedor de Chelsea x Al-Hilal

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  • Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2022 às 16:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fabio Menotti/Palmeiras

O Palmeiras está na final do Mundial de Clubes. Nesta terça-feira (8), o Verdão venceu o Al-Ahly, do Egito, por 2x0, e seguirá na briga pelo título. Com a classificação, o time também se torna o 8º brasileiro a chegar à final do torneio desde que passou a ser organizado diretamente pela Fifa - na prática, é a 9ª vez de uma equipe do país na decisão, porque o Corinthians chegou duas vezes.

A primeira edição nesses moldes foi em 2000 e teve uma final 100% brasileira: Corinthians contra Vasco, com o clube paulista se tornando o campeão. Depois, Internacional e São Paulo, além do próprio Timão novamente em 2012, conseguiram levantar a taça. Quatro equipes nacionais terminaram com vice-campeonatos: Santos em 2011, Grêmio em 2017, Flamengo em 2019, além do já citado Vasco em 2000.

Lembre as campanhas:Corinthians e Vasco: os clubes fizeram uma final brasileira na primeira edição do Mundial de Clubes da Fifa, disputada no Maracanã. Depois de um empate em 0x0, o Timão levou o título nos pênaltis (4x3). São Paulo: em 2005, o tricolor paulista alcançou a final após vencer o Al-Ittihad por 3x2 na semi. Na decisão, bateu o Liverpool por 1x0, com gol de de Mineiro, e foi o campeão. Internacional: no ano seguinte, mais um brasileiro ia para a final. O Internacional se credenciou à decisão depois de derrotar o Al-Ahly por 2x1 na semi. Em seguida, pegou o gigante Barcelona - que na época tinha Ronaldinho, melhor jogador do mundo - e venceu por 1x0, gol marcado por Adriano Gabiru. Santos: Neymar deu show e, em 2011, o Santos enceu o Kashiwa Reysol na semi por 3x1. Mas o Peixe acabou goleado pelo fortíssimo Barcelona na decisão por 4x0, com dois gols de Messi, além de Xavi e Fàbregas. Corinthians: o último título brasileiro veio em 2012 e mais uma vez foi do Corinthians. O Timão eliminou o Al-Ahly na semifinal por 1x0 e encarou o Chelsea na decisão. Venceu por 1x0, gol de Paolo Guerrero, e faturou o bicampeonato. Grêmio: em 2017, o Grêmio suou, mas superou o Al-Ain por 1x0 na semi e avançou à final. Mas, diante do Real Madrid, acabou sendo derrotado por 1x0, gol de Cristiano Ronaldo. Flamengo: o rubro-negro carioca levou um susto na semifinal diante do Al-Hilal, em 2019, mas conseguiu a virada por 3x1 e se classificou para a decisão. Um gol de Roberto Firmino, na prorrogação, decretou o título para o Liverpool, por 1x0. Vale lembrar que em 2013, o Atlético-MG disputou o Mundial de Clubes, mas acabou derrotado pelo Raja Casablanca na semifinal. O campeão daquela edição foi o Bayern de Munique. O mesmo aconteceu com o Internacional em 2010, quando foi superado pelo Mazembe e não avançou à decisão. O título ficou com a Inter de Milão.

O cenário se repetiu com o próprio Palmeiras no ano passado. O Verdão caiu para o Tigres na semi e ficou fora da final. O vencedor foi o Bayern.

A história, porém, não começou a partir da chancela da Fifa em 2000. O equivalente ao atual Mundial de Clubes é disputado desde 1960, inicialmente com o nome de Copa Intercontinental. Na época, a disputa se resumia ao confronto entre o campeão sul-americano e o europeu. Assim, juntando todos os moldes, um time brasileiro vai disputar a final pela 20ª vez. Até agora, são 10 títulos e 9 vices.

Palmeiras na final O Palmeiras provou que está, de fato, muito mais bem preparado em relação à edição anterior do Mundial de Clubes e avançou à final do torneio da Fifa com uma atuação convincente.

No pequeno, mas confortável Al Nahyan Stadium, em Abu Dhabi, o time de Abel Ferreira fez 2x0 no egípcio Al Ahly graças ao talento e poder de decisão de Raphael Veiga e Dudu nesta terça-feira (8) e jogará a decisão da competição contra Al Hilal ou Chelsea, que se enfrentam nesta quarta-feira (9). O duelo que definirá o campeão será sábado, às 13h30 (de Brasília).

Foi um dia de ineditismos na capital dos Emirados Árabes Unidos. O Palmeiras marcou seu primeiro gol em um Mundial e conquistou seu primeiro triunfo na competição que se tornou obsessão para os alviverdes. Os palmeirenses, aliás, foram maioria no estádio e cantaram em uníssono a fim de levar o time ao tão desejado título mundial e encerrar os gracejos dos rivais.

O Palmeiras dominou o rival africano com inteligência, paciência e um bom futebol. É bem verdade que demorou a encontrar os espaços porque o Al Ahly teve competência em sua tarefa defensiva em parte do confronto. Mas o clube brasileiro, forte mentalmente, não se desesperou e encontrou naturalmente o caminho das redes com Veiga, no primeiro tempo, e Dudu, na etapa final.

O jogo

No primeiro tempo, o time egípcio se fechou na defesa, bem como havia feito diante do Monterrey, e, disciplinado taticamente, dificultou a vida do rival brasileiro. Melhor preparado, descansado, mais maduro e acostumado com decisões, o Palmeiras, porém, dominou o jogo. Não encontrou facilidade para furar as linhas do rival, mas insistiu, manteve-se calmo e concentrado e teve êxito em sua paciente jornada até o caminho do gol, marcado com a participação de seus dois craques, Dudu e Raphael Veiga.

A retranca do adversário foi furada com concentração, qualidade na saída de bola, talento e uma conclusão precisa. Zé Rafael roubou a bola na ponta esquerda e tocou para Danilo, que serviu Dudu. O camisa 7 deixou Veiga na cara do gol e o meio-campista canhoto bateu com o pé direito para vencer o goleiro Lotfy aos 39 minutos. Eufóricos, os palmeirenses, em maioria no estádio, cantaram alto até o intervalo. O Al Ahly apostou em lançamentos longos e em contra-ataques, mal-sucedidos, porém.

Se teve de usar a paciência para superar o ferrolho do rival do Egito no primeiro tempo, no segundo foi mais fácil para o Palmeiras conseguir tal feito e ampliar o placar. No lance do gol, os papéis se inverteram. Veiga foi o garçom e Dudu balançou as redes. A fim de jogo, o camisa 7 aproveitou uma avenida pela direita, invadiu a área e concluiu no ângulo. Um golaço no Al Nahyan Stadium comemorado com efusão pelos torcedores alviverdes

O Al Ahly, de acuado, se viu obrigado a atacar. E melhorou no jogo. Passou a ocupar o campo ofensivo e finalizou 10 vezes em poucos minutos - na primeira etapa foram apenas dois chutes. O time egípcio até balançou as redes com Sherif após uma rara e grava falha de Weverton. Mas o atacante estava impedido no momento do arremate. Gol rapidamente revisado pelo VAR e anulado

O ímpeto dos egípcios diminuiu à medida que o Palmeiras retomou o controle da partida. Abel tirou os craques do confronto, Dudu e Veiga, ambos muito aplaudidos, para lançar mão de Wesley e Jailson.

A equipe ajustou sua marcação e segurou o rival africano, que viu sua difícil missão de virar o duelo tornar-se impossível depois da expulsão de Ashraf. O defensor deu um carrinho violento em Rony e inicialmente recebeu apenas amarelo. O árbitro francês Clément Turpin foi ao monitor do VAR e reviu sua decisão ao apresentar o vermelho para o atleta.

O cenário passou a ser ainda mais favorável ao Palmeiras, que usou as substituições para ganhar tempo e esfriar o jogo. No fim, entraram também Atuesta, Deyverson e Breno Lopes. O time alviverde está na final do torneio e jogará no sábado uma das partidas mais importantes de sua história.