Para concentrar na Mudança do Garcia; veja os points mais legais

Uma das manifestações mais tradicionais e culturais do Carnaval de Salvador está no bairro do Garcia

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 11 de fevereiro de 2018 às 06:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Claudionor Junior/arquivo correio

Se, para você, a Mudança do Garcia consiste em apenas mais uma das atrações da segunda de Carnaval,  um desfile de anônimos segurando faixas e cartazes de protesto contra o governo, bloco de travestidos e os cordões de sindicatos, faz-se necessário dizer que seu conhecimento sobre essa manifestação cultural é quase nulo.

Na verdade, o que se apresenta no meio da tarde, no circuito tradicional do Carnaval é uma parte quase insignificante de uma festa muito mais ampla, que começa no final de linha do Garcia e que quase some, depois de concluído o contrafluxo da Avenida Leovigildo Filgueiras, nas proximidades do Teatro Castro Alves.  

A festa começa no final da manhã de segunda-feira, quando as pessoas vão até o fim de linha do bairro. No local, o que não faltam são opões para a concentração. No beco de Tia Célia, por exemplo, é possível encontrar exemplares saborosíssimos dos típicos quitutes baianos: acarajé e abará, além de um feijão cheio de carnes e embutidos para garantir a “sustância” na folia, além de possibilitar a subida da ladeira íngreme que leva até a pracinha do fim de linha.  Fantasiados ou bem à vontade, a máxima é se divertir nas ruas do bairro, fazendo da Mudança do Garcia uma das manifestações mais genuínas do Carnaval soteropolitano (Foto: Antônio Queirós/Arquivo Correio) Aconchego - Para quem prefere os prazeres da comida de rua, a opção está na dita praça, onde não faltam barracas diversas que vendem cerveja, água, refrigerante, além das misturas mais inusitadas de frutas, vodcas e cachaças. Nas barracas também é possível provar churrasquinhos diversos, daqueles feitos apenas com carne, frango, calabresa ou coração de galinha - ou com todas essas carnes misturadas.

Outro quitute que não pode faltar são as comidas mais pesadas como a feijoada de feijão mulatinho, também conhecida como feijoada baiana, o sarapatel e o mocotó. Um prazer para as papilas gustativas, mas que costuma ser fatal para quem tem a pretensão de acompanhar a Mudança até o final... Afinal, bater um prato dessas iguarias sob o sol de quase meio-dia e ainda ter disposição para dançar ao som das fanfarras e charangas não é tarefa para amadores!

Para quem gosta de uma concentração mais animada, a pedida é conseguir uma mesa no disputado Aconchego da Zuzu. O restaurante é conhecidíssimo por abrigar algumas das manifestações culturais mais tradicionais do bairro, comercializar pratos tentadores e por ter sido gerenciado pela centenária proprietária do local (hoje, o espaço é administrado pelos filhos e netos de D. Zuzu) -  também é o ponto de saída do Bloco do Galo. Essa fanfarra é certeza de música boa e muita alegria, num revival divertido dos antigos carnavais. O clima é tranquilo e absolutamente familiar, afinal, o espaço do restaurante é amplo e abriga as residências dos descendentes de D. Zuzu.  

Riachão  - Se, por acaso, você não conseguiu uma mesa ou mesmo um espaço no Aconchego, não fique triste....O bairro é pródigo em locais especiais para tomar aquela cerveja gelada e comer algo que torne a segunda-feira de carnaval inesquecível. Não deixe de provar o Feijão do Abdala e nem fazer uma paradinha no bar de Dedéu. A garagem da casa do carnavalesco Lourival Chaves, um dos maiores incentivadores da Mudança, também é outro ponto onde é possível beber aquela cerveja esperta.

Na descida da Curva Grande, com sorte, o folião poderá assistir a um show único que o  sambista Riachão, morador ilustre do bairro, realiza da varanda de sua casa, junto com as atrações que fazem questão de reverenciar esse nome grande da música popular brasileira.  O sambista Riachão é um dos moradores ilustres do Garcia e, com sorte, é possível apreciar shows exclusivos da varanda da residência desse grande nome da MPB (fotos: Angeluci Figueiredo)  Até chegar no Campo Grande, são três quilômetros de pura diversão. Tem aperto, mas não tem confusão. Então, é só aproveitar o fluxo e se deixar embalar pelas ladeiras e ruas do Garcia. Uma dica importante para o folião não se apertar: os banheiros químicos estão posicionados nas proximidades do Colégio Antônio Vieira.