Para deixar como está

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  • D
  • Da Redação

Publicado em 21 de abril de 2018 às 05:16

- Atualizado há um ano

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Falando, eles até impressionam, mas o discurso bonito e bem ensaiado de Ricardo David, presidente do Vitória, e Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, de que são dirigentes modernos, só fica de pé até eles virarem a esquina.

O neocartola rubro-negro achou incrível a eleição de um parceiro de Ednaldo Rodrigues para presidir a Federação Bahiana de Futebol (FBF) e chegou a dizer que não podia avaliar outras candidaturas porque elas não se apresentaram. Por óbvio, as candidaturas não se apresentaram devido a manobra arquitetada pelo ainda presidente da FBF, já citada por aqui, mas isso David não menciona.  

Agora, o Vitória vota em Rogério Caboclo para comandar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Também candidato único, Caboclo foi ungido graças a uma manobra semelhante, engendrada em plano nacional por Marco Polo Del Nero, o presidente afastado da CBF que não sai do país por medo de ser preso.

O voto tricolor, por sua vez, também foi em Caboclo, assim como quase todos os votos dos clubes da primeira e da segunda divisão. Só quem teve posição diferente foi Flamengo, Corinthians e Atlético-PR. Votar em Caboclo, que fique claro, é votar nesta estrutura que, por baixo dos panos, aplicou uma rasteira nas próprias equipes.  

Há quem defenda a posição dos clubes, apontando um eventual risco de retaliação da CBF contra as equipes que não ficassem do lado de sua cúpula. Não poderia ser mais cristalino: o futebol brasileiro é comandado por uma gente que desperta, em algumas das principais agremiações do país – e em seus torcedores -, o medo de represália caso não compactuem com seus métodos nojentos.

É inacreditável que esta roda siga girando e que o principal risco para os comandantes de tal sistema esteja num inquérito que corre na Justiça americana, enquanto as autoridades brasileiras a tudo assistem.

Os presidentes das maiores equipes baianas, quando tiveram a oportunidade de se unir para ajudar a minar tal estrutura, mesmo que aos poucos, optaram por endossar a rasteira.

Por essas e outras, é sempre um risco quando um torcedor cria apego a esse ou aquele cartola, pois os dirigentes dificilmente decepcionam: mudando a cor do escudo, são quase todos iguais.     

Indolência Durante o primeiro trimestre, o papo de quem comanda as ações na Toca do Leão era de que, após o Campeonato Baiano, chegariam reforços qualificados. O Brasileiro já começou e o Vitória já está nas oitavas da Copa do Brasil, mas reforço de verdade que é bom...  

Até agora, as novidades são um atacante que estava no ABC e um lateral que sequer era titular de sua posição na Ponte Preta. Quando se fala em zagueiro, o nome que surge com mais força, veja só, é o de Victor Ramos.

Aqui, nem entro no mérito de Victor Ramos seguir fiel à barca ou não, mas o caso é revelador para mostrar quão indolente é a gestão de futebol rubro-negra, cuja carta na manga para resolver o problema de uma defesa comprovadamente falha é um zagueiro que já passou pela Toca do Leão trezentas vezes.  

É claro que esses atletas podem chegar aqui e fazer as melhores partidas de suas vidas, mas não eram contratações deste nível que constavam no elaborado bolodório de Ricardo David enquanto candidato à presidência.

Pelo visto, era só bolodório mesmo.

Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados