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Para reeleição, deputados estaduais doam R$ 2,4 mi para as próprias campanhas


 

  • Luan Santos

Publicado em 05/10/2018 às 05:00:00
Atualizado em 18/04/2023 às 23:42:05
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 Mais de 70% dos 50 deputados estaduais da Bahia que concorrem à reeleição  fizeram doações para suas próprias campanhas nas eleições deste ano. Num cenário  de recursos escassos para bancar as campanhas, 36 parlamentares fizeram  contribuições que somam cerca de R$ 2,4 milhões para custear suas jornadas em  busca de votos para manter suas cadeiras na Assembleia Legislativa. Em média, cada  um fez doações de R$ 66,6 mil. Dentre os 36 deputados, 14 são os principais  financiadores das próprias campanhas, com valores doados que superam até mesmo  as doações de seus respectivos partidos. O levantamento foi feito pela Satélite com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Único doador Um dos casos é do deputado Roberto  Carlos (PDT), cujo valor de R$ 70 mil doado é responsável pelo custeio integral de sua jornada pela reeleição. Entre os partidos, PP e PSD têm o maior número de integrantes que fizeram doações para si próprios, com quatro cada. Para os que buscam a Câmara dos Deputados, as contribuições somaram R$ 1,6 milhão. 

Maiores No topo da lista está o deputado Targino Machado (DEM), que doou R$ 273 mil para  a própria campanha, segundo dados do TSE. Depois dele aparece o parlamentar  Euclides Fernandes (PDT), com R$ 193 mil, seguido por Fabrício Falcão (PCdoB), com  R$ 168 mil. Nelson Leal (PP), com R$ 140 mil, e Fabíola Mansur (PCdoB), com R$ 120  mil, completam a lista dos cinco maiores. Juntas, as contribuições deles feitas para as suas campanhas representam 37% do total de R$ 2,4 milhões. 

Menores Na outra ponta, a menor contribuição foi do deputado Hildécio Meireles (PSC), com  R$ 4 mil. Em seguida está Zó (PCdoB), com R$ 4,5 mil. David Rios (PSDB) vem na terceira posição, com R$ 7 mil, enquanto Sidelvan Nóbrega (PSC) e Luiz Augusto (PP) doaram R$ 10 mil cada. 

Pistas no Facebook Postagens em redes sociais dão pistas de quem pode estar por trás das marcas e o número do PT em vias públicas de Salvador. O Tribunal Regional Eleitoral determinou que a marcas fossem removidas. No Facebook, o sociólogo Walter Takemoto, ligado a movimentos que apoiam PT e aliados, fez publicações em referência à ação. “Gente, quem mora em Salvador e sair às ruas depois das 22h, se quiser ver estrelas olhe para o chão”, diz, em um post na última quarta. No mesmo dia, publicou fotos das marcas feitas. 

Surpresas? Na reta final da corrida eleitoral, os candidatos na Bahia apostam suas fichas nos prefeitos e lideranças locais, que devem intensificar o pedido de votos nos municípios do interior. Com menos tempo de campanha e recursos escassos, os acordos e conversas com as lideranças só foram fechados nos últimos dias e, com isso, a corrida pelos votos entra na reta final a todo vapor. Neste cenário, líderes partidários apostam em surpresas nesses últimos momentos, especialmente na corrida pelo Senado.

Barreira Candidatos a deputado federal na Bahia não estão nada satisfeitos com a chamada cláusula de desempenho individual, que será aplicada pela primeira vez nas eleições deste ano. A nova regra determina que, para se eleger, o postulante vai precisar garantir para si 10% do chamado quociente eleitoral, além de contar com os votos da coligação. Alguns, desanimados, jogaram a toalha. "Você tem um problema bem sério: a despesa está crescendo, mas a receita não sobe há muito tempo. A questão do aumento de impostos vai aparecer com muita força. Dificilmente, você vai conseguir escapar disso. Politicamente, essa pauta é explosiva, venenosa", Gilberto Guerzoni Filho, consultor legislativo do Senado e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ao afirmar que o futuro presidente da República deve enfrentar o problema do déficit em duas frentes, com medidas de curto e de longo prazos que devem ser tomadas para solucionar a crisePílula Manual - Às vésperas das eleições deste ano, o jornalista e escritor baiano Jolivaldo Freitas lançou o livro “Votar em quem? Manual sintético e minimalista para entender um pouco de política e ideologia”, por meio da plataforma Amazon. Segundo o autor, a obra é apartidária e traz noções de diversos temas como ideologia, nação, dogmas e fascismo, numa linguagem objetiva.