Para se inspirar: o que vimos de melhor na Casacor Bahia 2017

Para quem quiser ver de perto, a casa recebe visitas até 29 de outubro, sempre de terça-feira a domingo, a partir das 16h

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  • Daniel Silveira

Publicado em 27 de setembro de 2017 às 16:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Xico Diniz/Divulgação

A 22ª edição da CASACOR Bahia está aberta e o BAZAR visitou os 40 ambientes da mostra, que este ano está em um casarão dos anos 1940, na Avenida Marques de Leão, na Barra. Selecionamos algumas ideias que podem inspirar sua próxima decor. A entrada custa R$ 40, mas também dá para comprar o passaporte por R$ 55 e ter acesso em todos os dias (exceto eventos fechados). Uma verdadeira festa dentro de casa, o Home Bar, ambiente do arquiteto Flávio Moura na mostra, reúne a sofisticação de um camarote VIP com o aconchego de uma sala de estar (Fotos: Xico Diniz/Divulgação) Pode misturar O Home Bar, do arquiteto Flávio Moura, é um ambiente pensado para receber amigos antes da balada ou tomar um drinque depois do trabalho. “Nosso projeto tem uma pegada contemporânea com um toque clássico”, comenta o criador. Para isso, ele colocou elementos que dão sofisticação ao espaço como o lustre enorme que fica no centro da sala e o tom dourado em grande parte das peças: “É uma tendência que aparece nas paredes e nos objetos”. Está nas peças em latão, nas cúpulas dos abajures, em cristais de Murano e no revestimento das paredes, em uma cerâmica que imita tijolos. Outra mistura que dá para fazer  em casa é usar   elementos que esquentam e esfriam o ambiente. O espelho que forra todo o teto e o granito com veios dourados do chão são frios. Para deixar mais aconchegante e aquecer o espaço, Flávio optou por forrar uma parede com madeira. A iluminação indireta torna a atmosfera mais agradável. O ambiente ganha ares atuais e urbanos com uso de um letreiro em neon e até uma cabeça de cervo dourada. A sofisticação é mantida com obras de arte como uma fotografia de Guto Esteves e pinturas de Waldemberg. Para dar destaque às várias obras de arte da sala de estar, o arquiteto Wesley Lemos apostou em móveis mais baixos e na iluminação indireta Sala que é galeria Sofá, poltronas e mesa de centro mais baixos para valorizar as obras de arte que estão em todos os lugares: penduradas ou encostadas nas paredes, no chão e na estante. “Misturamos coisas simples, de brechós, com a alta arte”, explica Wesley Lemos, responsável pelo Living, a sala de visitas, um dos principais ambientes da mostra. “Não queríamos a luz batendo direto nos olhos das pessoas”, comenta ele, sobre o uso de iluminação ascendente. Para difundi-la, a opção foi forrar o teto com espelhos, que dão a sensação de pé direito duplo. Como a arte é o destaque do espaço, o forro também foi desenhado para parecer parte do conjunto, com cortes triangulares em bronze e cristal. “O espelho pode salvar ou estragar um projeto, multiplicando acertos ou erros”, finaliza. A parede verde na Sala de Banho de Jéssica Araújo é como um encontro com a natureza Chamado da natureza Grande parte dos 40 ambientes da mostra explora a conexão com a natureza. Alguns deles usam, para isso, uma parede inteira com plantas. Dois são bem marcantes: o Quarto do Designer, de Dolores Landeiro, em que a parede verde substituiu o guarda-roupa, e a Sala de Banho, da arquiteta Jéssica Araújo. Numa das paredes de seu banheiro, junto da banheira, Jéssica usou plantas de diversas espécies, revezando entre as de folhas pequenas para dar volume e outras com folhas  grandes, responsáveis pelo impacto visual. A ideia é emular um banho em meio à natureza. “Elas são essenciais nos projetos porque transmitem bem-estar e dão mais vida ao projeto final”, explica Jessica. A profissional diz que as plantas podem estar em qualquer lugar da casa. “Em vasos grandes com palmeiras e arbustos, ou menores, com flores. Folhagens estão em alta, são muito elegantes. Na cozinha, faça uma hortinha, plantando alecrim e hortelã, por exemplo”, indica. Artesanato regional ganha destaque com iluminação adequada, mesmo em um espaço pequeno Regionalíssima Que tal transformar um pedaço desvalorizado da casa em uma minigaleria e ainda dar destaque à arte regional? A ideia aparece no Hall do Colecionador, assinado pelas arquitetas Fernanda Leal e Ana Paula Rocha. As duas foram até Maragogipinho, distrito do município de Aratuípe, à beira do rio Jaguaripe e famoso por ser polo produtor de cerâmica. Lá, elas selecionaram obras do santeiro João Santana e também peças de outros artesãos locais. A iluminação foi usada para dar caráter de obra de arte, destacando as peças. Outra ideia foi colocar as prateleiras da mesma cor da parede. “Dá a impressão de que as obras estão flutuando”, explica Ana Paula. Para isso, elas apostaram em uma solução mais em conta, a pintura:  “É uma das formas mais baratas de decorar”. A novidade fica por conta da técnica utilizada, o ombré, uma espécie de degradê. Foram escolhidos três tons de cinza para pintar três pedaços da parede. Em cada transição, um rolo é usado para “sujar” a etapa seguinte. O Quarto das Meninas tem apenas 10 metros quadrados; a designer de interiores Catia Bacellar trouxe soluções para ocupar pequenos ambientes (Foto: Xico Diniz/Divulgação) Pequenos espaços O que fazer quando o espaço do quarto é pequeno? A designer de interiores Catia bacellar resolveu o problema e ainda conseguiu fazer milagre em seu ambiente Quarto das meninas. No espaço cabem três camas e ainda conta com armário, sapateira e uma escrivaninha para estudos que também serve de penteadeira. Segundo ela, a dica primordial é se preocupar com as proporções e tamanho dos elementos que compõem o ambiente. “A passagem ideal entre os espaços é de 80 cm, mas quando o local é pequeno a gente coloca de 50 cm, usa colchões menores”, explica. Para aproveitar o espaço, a ideia de Catia para seu ambiente foi transformar a escada para a cama superior do beliche em um gaveteiro para guardar brinquedos e sapatos. À primeira vista, é possível ver apenas duas camas, mas o ambiente que tem apenas cerca de 10 m² possui três. Para fazer ela aparecer, basta empurrar a cabeceira rertrátil e empurrar uma das camas. Ela dá outras dicas para aproveitar melhor o espaço e dar a impressão de que o ambiente é maior: “usar tons claros ajuda muito, papel de parede mais liso, sem muita estampa, quanto mais claro, melhor”. Para finalizar ela lembra que “menos é sempre mais”.