Pasta de amendoim muda status de vilã para amiga da dieta

Entenda como fazer a delícia ser uma aliada na sua saúde

Diretamente de filmes americanos dos anos 90, como Minha Mãe É Uma Sereia e Encontro Marcado, a pasta de amendoim vem deixando para trás a pecha de junk food e parte do sanduíche tradicional estadunidense PB&J, com pão e geleia, para virar queridinha fitness. Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração, tecnologia, pets, bem-estar e as melhores coisas de Salvador e da Bahia: Longe da fama de vilã da dieta, o grão - que não é um oleaginoso, como castanhas, amêndoas e nozes, mas faz parte do grupo do feijão, grão-de-bico e lentilhas - tem gordura, mas  não é maléfica como se pensava. Isso porque não é a saturada - conhecida como ‘ruim’ - e sim a poliinsaturada, chamada de ‘boa’. O amendoim faz parte do grupo do feijão e lentilha (Foto: Shutterstock/Reprodução) “Há a presença do ômega 3 (o mesmo encontrado em salmão) e o ômega 6, que podem ajudar na saúde cardiovascular e hepática. Sem contar que o amendoim ainda possui selênio, que tem efeitos antioxidantes, e vitamina E, que, por exemplo, combate os radicais livres”, aponta  o nutricionista Rafael Fildes.

O amendoim também tem um teor de proteína - e aí sua praticidade vira um ótimo aliado. “A pasta é muito boa para um lanche da tarde, por exemplo. Diferente de outras fontes de proteína, como carnes e iogurtes, não precisa de refrigeração, podendo ser levada para vários lugares. Ainda promove, também, a saciedade”, explica a nutricionista Paula Mello.

Problemas Agora que você já sabe do lado ‘bonzinho’ da pasta de amendoim, saiba que é necessária uma dose de precaução. “Caso haja consumo em excesso, você pode estar ajudando a entupir vasos e facilitando a hipertensão - já que, ainda que seja fonte de gordura boa, é fonte de gordura”, fala o  nutricionista esportivo Gabriel Pacheco, da Rede Alpha Fitness. Não dá para cometer exageros no consumo do alimento (Foto: Shutterstock/Reprodução) Não para por aí. “Via de regra, nossa população já consome uma quantidade excessiva de ômega 6 - boa parte dele costuma vir dos óleos vegetais refinados, como de soja, milho e canola, que já deveríamos ter abolido das nossas vida há bastante tempo. Esse alto consumo leva o nosso corpo a um estado mais inflamatório e mais predisposto a doenças”, explica Paula Mello.

Ela segue: “Além disso, assim como as outras leguminosas, o amendoim é rico em ácido fítico - um ‘antinutriente’ que impede a absorção de alguns minerais”. Por isso, é indicado que alimentos ricos em fitato sejam consumidos longe de outros com ferro e cálcio, já que pode ‘roubar’ esses minerais, impedindo que sejam aproveitados pelo organismo.

“É preciso, sempre, o equilíbrio. Quando um paciente vai a um profissional como o nutricionista, ele calcula toda a dieta. Cada pessoa tem quantidades necessárias diferentes, horários e objetivos distintos”, diz Gabriel. Assim, para saber a quantidade ideal do seu consumo de amendoim, consulte um especialista, ok? O indicado é sempre consultar um especialista de saúde (Foto: Shutterstock/Reprodução) Versões Já sabe qual a sua dose corretinha, que pode trazer  benefícios? Pois, antes de comprá-la, entenda que seu fator ‘saúde’ está aliado ao tipo de pasta que você escolhe. Isso porque nem toda opção industrializada é igual. 

“O ideal é buscar pela mais pura possível - ou seja, que só leve o amendoim. Normalmente, vem com o dizer ‘integral’. Algumas outras disponíveis nas prateleiras trazem ingredientes como açúcar ou adoçantes de má qualidade”, indica Paula. Assim, sempre fique atento aos rótulos - de preferência, siga essa regra para todas as comidas. Há várias opções de pasta de amendoim no mercado (Foto: Shutterstock/Reprodução) “Não necessariamente ter outros ingredientes significa que é uma versão ruim - por exemplo, pode ter avelã, xilitol ou stevia, que são bons. Só que também podem haver outros, não tão bons, escondidos. Então, a maneira mais segura de escolher é optar por aquela que leva apenas amendoim torrado”, completa Rafael.

Receitas Quer uma versão doce da pasta? Pois você mesmo pode adicionar mel, cacau em pó, whey protein, entre outros. Mas seu uso vai além desse formato, podendo virar ingrediente para várias receitas. 

“Ela pode ser utilizada em combinação com frutas; em vitaminas, para trazer cremosidade; em panquecas, bolos e cookies; molhos salgados (basta adicionar sal e especiarias a gosto)... E também para fazer marinadas de carnes, sendo usada no lugar da parte gordurosa (normalmente, o azeite) que é misturada à parte ácida, como limão/laranja/vinagre”, indica Paula. A delícia pode ser utilizada de várias formas, como em receitas (Foto: Shutterstock/Reprodução) Aliás, dá até para fazer sua própria pasta em casa - ao fim desta matéria, há uma receita cedida por Rafael. Só tome algumas precauções. “Precisa  ter cuidado com o amendoim - onde você compra, a forma como você armazena - pela questão das aflotoxinas, que são produzidas por um fungo e podem contaminar o alimento”, alerta Gabriela Nóbrega, professora de Nutrição na Unifacs e de Gastronomia na Ucsal. 

Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), há evidências de que as aflotoxinas, nos humanos, tenham  carcinogenicidade - nesse caso, podem provocar câncer de fígado. Ou seja, preste muita atenção nos amendoins que você compra. A pasta pode ser feita em casa (Foto: Shutterstock/Reprodução) Pasta de amendoim -  receita cedida por Rafael Fildes

Ingredientes 500g de amendoim sem sal e sem casca; 3 colheres de sopa de óleo vegetal (pode ser de coco ou azeite de oliva extravirgem); 1 pitada de sal, caso queira fazer salgada, ou 1 pitada de açúcar de coco ou xilitol, caso prefira uma versão doce

Preparo Torre o amendoim por 30 minutos no forno. Espere esfriar. Triture em um processador acrescentando o óleo vegetal junto com o sal ou açúcar de coco ou xilitol até formar uma pasta homogênea. Receita pronta! Para guardar, vale tanto deixar fora da geladeira como dentro, caso queira sua pasta mais durinha.

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