Paulo André quer elevar atletismo, mas não descarta ser cantor ou modelo

Vice-campeão do BBB22 conta que pensa em usar grana para ajudar crianças; leia entrevista com o brother

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  • Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2022 às 16:03

. Crédito: João Cotta/divulgação TV Globo

Vice-campeão do Big Brother Brasil 22, Paulo André, 23, conta que ainda não sabe o que fará com os mais de R$ 250 mil que levou de premiações no reality. Porém, ele tem a vontade de elevar o nome do esporte que o levou ao estrelato: o atletismo.

"Entrei para dar mais visibilidade ao esporte, lutamos para o atletismo ser reconhecido. O atletismo continua sendo a coisa que mais amo", disse ele, nesta quarta (27), fora da casa.

Justamente por isso, P.A quer alavancar um projeto de instituição que ele diz já ter no papel para ajudar crianças e pessoas em geral a se tornarem grandes vitoriosos no mundo das corridas. Mas nem mesmo isso tira dele a possibilidade de enveredar por outros caminhos. Dentro do BBB, P.A mostrou qualidade no canto e se destacou pela beleza, já que sempre foi muito elogiado por fãs e artistas como Anitta.

"Não posso esquecer que foi o atletismo que me levou ao lugar que estou hoje, mas já sabia que poderia rolar esse embate com outras carreiras como cantor ou modelo. Tenho essa vontade de cantar também, mas antes quero realizar sonhos como atleta. Mas digo que não seria inteligente fechar portas", destaca.

Com 68,96% dos votos, Arthur Aguiar venceu o BBB e levou o prêmio de R$ 1,5 milhão. Numa final inédita, apenas com homens e membros do grupo Camarote, ele desbancou Paulo André e Douglas Silva, que receberam 29,91% e 1,13% dos votos, respectivamente. A disputa entre os três, entretanto, foi a maior da história do programa em número de votos numa final, com 751.366.679 votos. O número ultrapassou o da final do BBB 21, que figurava em primeiro lugar com 633.284.707 votos.

A votação desta terça (26) foi também a segunda maior da história do reality. Só perde para o Paredão entre Manu Gavassi, Felipe Prior e Mari Gonzalez no BBB 20, que alcançou a marca de 1,5 bilhão de votos e entrou para o Guinness World Records.

Leia entrevista com PA:

Como você avalia a sua participação no ‘Big Brother Brasil 22’ e qual a sensação de chegar em 2º lugar no reality?  Eu acho minha participação acabou sendo bastante positiva. Lá dentro achava que eu não conseguia responder à altura, pensava ‘pô, será que eu tenho alguma coisa legal pro público gostar de mim?’, aí teve um momento que eu pensei ‘ah vou ser eu mesmo’, e foi quando eu me soltei mais, e isso foi muito positivo. Ter conquistado essa segunda colocação foi muito legal, eu já vi muitos comentários assim ‘pô, você é meu campeão, é nosso campeão’, e meu coração transborda em saber que algumas pessoas estavam torcendo para eu ser campeão mesmo. Porque quando é um jogo assim muitas vezes o pódio já chega formado, e conseguir chegar na final com pessoas torcendo para que eu ganhasse foi muito legal.  Três vezes líder, duas vezes anjo. O que as vitórias nas provas do programa representavam?  Representavam a minha vida profissional. Sempre fui muito competitivo, e quando entrei na casa esse era o meu principal objetivo, era o que mais passava pela minha cabeça, eu pensava ‘mano eu quero mandar muito bem nas provas, quero vencer mesmo’, lembro que até perguntei quem era o recordista da prova do líder porque eu queria bater o recorde. Aí eu cheguei lá dentro e vi que era muito mais difícil do que eu imaginava. Cada prova era uma prova. Mas até que eu consegui mandar bem, e todas as que eu venci foram em momentos cruciais, em momentos-chave. Acho que o momento mais chave foi quando eu ganhei a prova do anjo com o Arthur, porque era provável que eu fosse para o paredão, e a última, claro, que me colocou direto na final. Foram provas muito legais, e acho que ter vencido algumas foi meu principal ponto de levante no game.  Qual era a sua estratégia de jogo para chegar o mais longe possível na disputa?  É difícil porque eu sou um cara que não consigo pensar assim, eu até verbalizei isso lá dentro. Não é de mim mesmo botar a cabeça no travesseiro e pensar ‘amanhã no jogo da discórdia eu vou falar isso, isso e isso porque se eu falar isso vou ficar mais forte’, ‘amanhã na votação vou dar essa justificativa porque se eu der essa justificativa de voto eu vou ganhar um ponto com o público’, ‘vou fazer essa jogada porque se eu fizer essa jogada...’. Eu não consegui montar essa estratégia de jogador mesmo, eu até tentei, mas eu falei ‘se eu fizer isso não serei eu, vou deixar tudo acontecer naturalmente e se surgir uma oportunidade de fazer uma jogada eu vou fazer’. E para ser sincero, do fundo do coração, foi isso. Com exceção de um jogo da discórdia que eu pensei o que ia falar, que foi com a Jessi, no geral eu pensava bem ali na hora mesmo.  No meio do caminho, tinham Pedro Scooby e Douglas Silva. Fale um pouco sobre a conexão entre vocês e a importância que ela teve para o seu dia a dia no reality.  Quando eu pisei na casa o Douglas já olhou para mim e o Pedro também, e a gente teve uma conexão muito forte até mesmo ali, por olhar. No início já começamos a falar a mesma língua, no pessoal digo, mas no jogo não. Eu sempre falava ‘vai ter uma hora que a gente vai ter que combinar voto’, e eles falavam ‘não, eu não sou assim, eu vou me manter assim, vou seguir meu coração, não vou falar meu voto pra ninguém, vou no escuro mesmo’, e eu respondia ‘mano, vai ter uma hora que a gente vai precisar se defender’. Eu tinha essa visão de jogo, dos três eu era o único pensava assim, que sabia que uma hora a gente teria que combinar voto. Mas eu respeitei total eles, não ia forçar nada no jogo, até porque foram duas pessoas que me conectei e não seria o jogo a abalar nossa amizade. Eles foram duas pessoas muito importantes na minha trajetória, o Pedro Scooby então nem se fala, um cara que eu não tenho nem palavras para descrever. Eu achava que tinha sido algo que o jogo tinha proporcionado, mas vai muito além, acho que foi a gente mesmo, a gente sendo a gente que nos conectou. É obvio que o jogo traz essa intensidade, tudo é mais intenso lá dentro, mas a gente se conectou de uma forma muito legal. O D.G começava a chorar e por olhar a gente sabia que era saudade, então a gente se abraçava. Chegava uma hora que eu ouvia uma música que lembrava a minha família e ia para um canto chorar, e eles vinham. A gente sabia por olhar, não precisávamos falar nada, a gente sabia. Então foram duas pessoas muito importantes.  Você ainda ficou muito próximo do Arthur. Ele chegou a entrar na sua segunda escalação de “pódio da final”, no jogo da discórdia. O que unia vocês?  Eu sempre enxerguei no Arthur um cara muito coração, e eu via que as pessoas estavam meio com pé atrás por tudo o que ele tinha vivido. Mas eu não sou esse cara. Independente do que a pessoa tenha vivido, eu não consigo virar as costas por causa do seu passado. E ele é um cara que me ensinou bastante com todas as experiências que ele passou e pelo que ele me contou, e a gente foi se conectando. Ele é um cara muito fechado, muito na dele, então isso aconteceu aos poucos, ele foi se abrindo para mim, se entregando pra nossa conexão ficar mais legal. E ele tinha uma proposta de jogo muito maneira. A gente conversava bastante. Ele foi um ponto chave também para que eu seguisse ali, porque eu também aprendi a jogar com ele. Coisas que ele falava foram importantes para eu aprender. Então foi uma amizade muito maneira que a gente teve lá dentro.

Pretende ter um relacionamento com a Jade também fora do BBB ou vão ficar na amizade?  É difícil responder essa pergunta porque acabei de sair da casa, ainda não sei o que está acontecendo direito, estou processando tudo. Primeiro vou pensar em mim, organizar tudo na minha cabeça, para depois pensar no que vai acontecer. É bem cedo para responder isso, para ser sincero.

Você tem uma rotina intensa de treinos na sua profissão. Como driblava o fato de não estar treinando por estar no BBB? Vimos que você fazia alguns exercícios mesmo dentro do confinamento...  Foi complicado porque o que eu mais amo fazer é treinar e competir. Mas eu sabia que na casa eu não conseguiria conciliar as duas coisas com a mesma dedicação. Não teria como ter um foco total nos treinamentos, ainda mais limitado da maneira como eu estava. A galera falava ‘aquele salto é legal’, mas aquilo não é nem um terço do que eu faço no meu dia a dia. Eu só estava tentando manter meu corpo ativo porque se eu parasse total acho que eu ia perder o jeito. Queria manter o físico e fazer alguns exercícios para o meu corpo ter uma memória do que eu fazia aqui fora.

Que aprendizados essa experiência no reality te trouxe?  Antes do BBB eu lembro que eu vivia numa bolha. Eu e meu pai traçávamos um objetivo e a gente se fechava e ia atrás daquela meta. Eu sinto que eu furei essa bolha, que não é profissional, é uma questão como Paulo André mesmo. E isso se espalhava até para a minha família, para o meu irmão, por exemplo. Confesso que a gente perdeu um timing por causa disso, e quero falar para ele que eu quero recuperar esse tempo que eu perdi porque estava atrás de um objetivo. Era um tempo para curtirmos juntos, para estarmos juntos, brincar...coisas que eu fiz lá dentro. Eu tinha meio que perdido isso e quero voltar a viver isso. O Pedro Scooby reacendeu isso em mim por tudo o que ele é, e por tudo o que ele foi no reality. Então independente de qualquer coisa eu quero viver.  Já tem em mente seus primeiros planos para o pós-BBB? Voltará imediatamente para as pistas ou pretende aproveitar outras oportunidades antes?  É tudo muito recente, mas quero muito aproveitar essa ‘onda’ que a galera fala. Eu sempre sonhei em ter isso, todo mundo acho que tem vontade de receber esse carinho, então eu quero muito aproveitar. Vou parar para pensar no que eu vou fazer, mas do atletismo, lógico, não quero largar, só acredito que possa ser meio difícil neste momento por causa da agenda. Mas não vou parar, vou me manter em atividade. Eu só quero aproveitar esse momento que eu espero que passe bem devagar porque quero viver isso cada segundo.