Pedro Tourinho: 'O privilegiado não é capaz de enxergar a dor do outro'

Live da segunda edição do Recapitulando, do CORREIO, foi ao ar nesta sexta; assista

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  • Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2020 às 21:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Foto: Reprodução Palavras têm poder, elas são capazes de criar os mais diversos efeitos nas pessoas e até mesmo mudar os rumos da história. De olho nas peso do discurso em tempos de mundo integrado por mídias sociais, a segunda edição do Recapitulando convidou o comunicólogo Pedro Tourinho para o debate. O bate papo foi transmitido através do Instagram do Jornal Correio, nesta sexta-feira (27, com mediação da jornalista Gabriela Cruz).  O comunicólogo e especialista em entretenimento e mídia Pedro Tourinho é fundador da MAP Brasil, agência responsável pela gestão da carreira, contratos publicitários, e pelos cuidados com a imagem de algumas das personalidades mais importantes do país; e também da Soko, premiada agência de comunicação e relações públicas. Mais recentemente, junto com a FLAGCX, Pedro adquiriu a operação brasileira do site BuzzFeed Brasil.   Direto ao assunto, Pedro endereçou a importância de ter responsabilidade como o que se comunica através das redes sociais.  “As palavras carregam um força muito grande. E as pessoas que sabem se comunicar tem uma vantagem e uma responsabilidade maior. E as redes sociais são arquitetada para estimular as opiniões”, afirma. O comunicólogo, que escreveu o livro “Eu, eu mesmo e minha selfie - como cuidar da sua imagem no século XXI”, lançado em 2019, explica que mesmo que nos achemos independentes nas redes, estamos suscetíveis aos comportamentos de manada. “As campanhas e as hashtags são elementos típicos do comportamento de manada e ao compartilharmos isso devemos estar atentos aos riscos, dos haters e do cancelamento”, diz.Preconceito Pedro, que enxerga uma transição no mercado publicitário e na opinião pública em relação à pauta identitárias, assume porém que a visão preconceituosa e privilegiada ainda impera no ambiente digital. “Existe uma pesquisa que mostra que a maior parte dos programadores de algoritmos do mundo são homens brancos, ocidentais, na faixa dos 40 anos, então é natural que os mecanismos das redes vão induzir o favorecimento das preferências dos seus criadores”, explica. “Porém temos visto iniciativas ótimas como o Sleeping Giants, que denunciam publicidades de grandes empresas em sites de fake News e faz com que essas corporações retirem seus anúncios. Pesquisas mostram que empresas progressistas tem sido mais bem avaliadas”, pondera. As complexas relações digitais na opinião do comunicólogo são um reflexo da incapacidade de parte das pessoas de não conseguir demonstrar empatia pelo outros. “Em realidade, me considero um homem, branco, cis e, por isso, um privilegiado. Me policio o tempo inteiro para evitar praticar erros que a minha criação privilegiada me apresentou com naturalidade. E a dificuldade das pessoas não conseguirem demonstrar empatia ocorre pelo fato do privilegiado não ser capaz de enxergar a dor do outro. Muitas pessoas sequer reconhecem o significado de empatia.”, aponta.

O Recapitulando tem o patrocínio da Hapvida, o apoio da Claro e a parceria do SEBRAE.

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